O cineasta Glauber Rocha e a América Latina

Autores

  • Gilberto Felisberto Vasconcellos Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-864X.2017.1.25138

Palavras-chave:

Glauber Rocha, Terceiro Mundo, América Latina, Cinema Novo

Resumo

Este artigo aborda o cinema de Glauber Rocha a partir da noção de Terceiro Mundo, que implica a discussão sobre o nacionalismo e o anti-imperialismo. Ele foi o cineasta brasileiro que se diasporizou pela América latina e entrou em contato com vários intelectuais de expressão. O Cinema Novo não deixou de denunciar, sobretudo na ensaística glauberiana, a balcanização em que se encontram os países latino-americanos, os quais são vítimas ideológicas do imperialismo audiovisual dominante e suas ramificações no gênero telenovela. A polaridade metrópole-colônia atravessa a filmografia de Glauber Rocha. A colonização econômica é o que determina a alienação cultural na América Latina. O cineasta viveu a contrarrevolução de 1964, da qual sobreveio o subimperialismo na América Latina, tendo o Brasil papel essencial na deflagração dessa política que não deixa de revigorar a mentalidade colonial que perpetua o desenvolvimento do subdesenvolvimento.

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Biografia do Autor

Gilberto Felisberto Vasconcellos, Universidade Federal de Juiz de Fora

Professor Titular no Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutor em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo.

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Terra em Transe. Glauber Rocha. Rio de Janeiro. Embrafilme. 1980. Longa-metragem. 160 min.

Bye-Bye Brasil. Carlos Diégues. Rio de Janeiro. Embrafilme. 1979. Longa-metragem. 110 min.

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Publicado

2017-03-23

Como Citar

Vasconcellos, G. F. (2017). O cineasta Glauber Rocha e a América Latina. Estudos Ibero-Americanos, 43(1), 182–190. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2017.1.25138