A RELAÇÃO ENTRE COGNIÇÃO E FUNCIONALIDADE EM IDOSOS USUÁRIOS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Resumo

Introdução: A cada ano, cerca de 10% da população adulta a partir dos 75 anos perde a independência em uma ou mais atividades básicas da vida diária. Em idosos, a avaliação da capacidade funcional pode detectar possível risco de dependência. Objetivos: Avaliar a função cognitiva, analisar o desempenho em testes funcionais e verificar a associação entre cognição e funcionalidade em idosos atendidos pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Porto Alegre. Matériais e Métodos: Este estudo transversal e analítico foi realizado em uma amostra aleatória de 180 idosos provenientes de 10 equipes da ESF. Foram utilizados dados sociodemográficos (sexo, idade, estado civil e escolaridade), cognição (Mini-exame do Estado Mental) e testes funcionais (Senta/Levanta e Preensão Palmar - dinamômetro Jamar®). Resultados: A média de idade dos idosos investigados foi de 68,1 ± 6,3 anos, com predominância do sexo feminino (62,2%) e de indivíduos com baixa escolaridade (4,5 ± 3,4 anos de estudo) e sem demência (85,6%). Não obstante esse último dado, a prevalência de demência foi alta (14,4%) em relação ao descrito na literatura (6,9%). A média da preensão palmar foi 28,5Kgf. O tempo médio para o teste Senta/ Levanta foi de 8,9 s. Sexo, idade, faixa etária, estado civil e funcionalidade mostraram-se independentes da cognição. Conclusão: Na presente amostra, cognição e funcionalidade não estão associadas. Nesse grupo de idosos a prevalência de demência foi alta em relação a outras publicações. A força muscular de membros inferiores está dentro do esperado, entretanto a de membros superiores abaixo. Sugerem-se intervenções que visem corrigir esse déficit e evitar a dependência funcional desse grupo de indivíduos.