Júlio Bressane e os jogos de designação

Autores

  • Alexandre Rocha da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Cassio de Borba Lucas Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3710.2014.2.18156

Palavras-chave:

cinema brasileiro, linguagem, semiótica

Resumo

Júlio Bressane e os jogos de designação analisa as estratégias de representação do filme O Mandarim (1995). Na análise dos jogos de designação que o diretor engendra, podem-se perceber três momentos distintos: uma representação tradicional, que resguarda a identidade dos personagens indicados (Fernando Eiras representa iconicamente Mário Reis, Gilberto Gil representa indicialmente Sinhô, Gal Costa representa simbolicamente Carmen Miranda); uma designação nômade, que passa de um representâmen a outro (Tom Jobim é representado por Edu Lobo e, na mesma cena, por Fernando Eiras); e uma designação múltipla que identifica uma linha contínua conectando estilisticamente Mário Reis, Chico Buarque e Noel Rosa. O audiovisual, assim, aponta para uma postura fabuladora em que a semiose da música tem primazia sobre as identidades atribuídas a seus intérpretes e compositores.

Biografia do Autor

Alexandre Rocha da Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Alexandre Rocha da Silva possui graduação em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1994), mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1999), doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2003), doutorado-sanduíche em Sémiotique - Centre d Étude de La Vie Politique Française (2002) e pós-doutorado na Universite de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (2005-6). Atualmente é pesquisador do CNPq (bolsista produtividade) e professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Semiótica, Teorias da Comunicação, Audiovisualidades e Micropolíticas. Autor de A dispersão na semiótica das minorias e Comunicação e minorias, também participou da organização de livros, entre os quais Imagem e tecnologias da representação, Audiovisualidades da cultura, Do audiovisual às audiovisualidades: convergência e dispersão nas mídias, Percursos semióticos: significação, codificação, semiose e interface. Foi editor das revistas Rastros e Em Questão, e sub-editor da Revista Fronteiras. Atualmente é editor da Revista Intexto, coordenador da área de estudos básicos do Curso de Comunicação Social da Ufrgs, coordenador da linha de pesquisa Linguagem e culturas da imagem do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação da Ufrgs, vice-coordenador do Grupo de Pesquisa Semiótica da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e coordenador do Diretório CNPq Semiótica e culturas da comunicação (GPESC). (Texto informado pelo autor)

Cassio de Borba Lucas, Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS

Estuda jornalismo na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS. Bolsista FAPERG. Integra o Diretório CNPq Semiótica e Culturas da Comunicação (GPESC)

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Publicado

2015-04-21

Edição

Seção

Artigos