Retórica e poder: o paratexto prefacial de autoria feminina no Brasil do século XIX

Autores

  • Fani Miranda Tabak Universidade Federal do Triângulo Mineiro

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7726.2014.4.13376

Palavras-chave:

Autoria feminina, Paratexto, Retórica, Poder

Resumo

Neste trabalho, voltamos nosso olhar para paratextos prefaciais produzidos por autoras oitocentistas, considerando a importância dos mesmos para o estudo e o resgate de obras praticamente esquecidas dentro da tradição historiográfica. Ao ampliarmos o conceito de transtextualidade, desenvolvido por Gérard Genette, tornamos evidente a paratextualidade como fenômeno de provocação frente a uma situação periférica no discurso produzido por escritoras. A quebra dos padrões retóricos da captatio benevolentiae, bem como a tentativa de readequação do prefácio a um possível público habituado às normas vigentes, torna o paratexto um elemento importante a ser considerado na própria compreensão do posicionamento autoral feminino. ******************************************************** Rhetoric and power: the feminine prefacial paratext in Brazil in the nineteen century In this work we analyze the prefacial paratexts produced by authoresses in the nineteen century, considering their importance for the study and rescue of works almost forgotten by the historiographical tradition. As we amplify the concept of transtextuality, developed by Gérard Genette, we make evident the paratextuality as a phenomenon of provoking face a peripheral situation in the speech produced by women writers. The rupture of the rhetoric patterns of the captatio benevolentiae, as well as the attempt of readaptation of the preface to a possible public accustomed to the public rules, turns the paratext an important element to be considered in the whole comprehension of the authorial feminine place. Keywords: Feminine autorship; Paratext; Rethoric; Power

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fani Miranda Tabak, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Profa. Adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Bolsista de Produtividade do CNPq.

Referências

BORMANN, Maria Benedita Câmara. Lésbia. 2. ed. Florianópolis: Editora Mulheres, 1998.

FREITAS, Emília. A Rainha do Ignoto: romance psicológico. 3. ed. Florianópolis: Editora Mulheres; Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2003.

GENETTE, Gérard. Seuils. Paris: Éditions du Seuil, 1987.

GENETTE, Gérard. Palimpsestes: la littérature au second degré. Paris: Éditions du Seuil, 1982,

JAUSS, Hans Robert. A literatura como provocação. Tradução Teresa Cruz. 2. ed. Lisboa: Vega, 2003.

KOTHE, Flávio René. O cânone imperial. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2000.

MUZART, Zahidé Lupinacci. Artimanhas nas entrelinhas: leitura do paratexto de escritoras do século XIX. Revista Travessia, n. 21, p. 64-70, 1990.

REIS, Maria Firmina dos. Úrsula. Florianópolis: Ed. Mulheres: Belo Horizonte: PUC Minas, 2004.

SCOTT, Joan. História das Muheres. In: BURKE, Peter (Org.). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Editora Unesp, 1992. p. 63-95.

SILVA, Vitor Manuel de Aguiar e. Teoria da Literatura. Coimbra: Almedina, 1992.

Downloads

Publicado

2014-11-20

Como Citar

Tabak, F. M. (2014). Retórica e poder: o paratexto prefacial de autoria feminina no Brasil do século XIX. Letras De Hoje, 49(4), 446–452. https://doi.org/10.15448/1984-7726.2014.4.13376

Edição

Seção

História da Literatura e Comparatismo