O sindicalismo corporativo brasileiro em uma perspectiva de John D. French, Florestan Fernandes e Raymundo Faoro
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-5694.2023.1.44764Palavras-chave:
Sindicalismo corporativo, Brasil, John D. French, Florestam Fernandes, Raymundo FaoroResumo
O desenvolvimento histórico do sindicalismo brasileiro no século XX apresenta uma peculiaridade relevante: sua formatação nos moldes do corporativismo com influências de ideologias de caráter fascista a partir da Revolução de 1930 e da ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Foi com a consolidação desse modelo de sindicalismo, fortemente atrelado ao Estado e submisso a ele que, segundo o professor norte-americano John D. French, paulatinamente se desenvolveu um modelo comportamental sindical denominado como “consenso corporativo” Esse padrão orientou a atuação das principais elites sindicais por um período de mais de 50 anos. Neste artigo buscamos analisar os impactos desse padrão de atuação na construção do movimento sindical brasileiro, comparando a abordagem de John D. French com a sólida visão sociológica desse período histórico apresentada por Florestan Fernandes e a perspectiva trazida por Raymundo Faoro sobre o “Estamento Burocrático”, como característica da construção do estado brasileiro.
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