Desafios metodológicos para a elaboração de um banco de dados em estudos de elites políticas

O caso dos “Cabeças” do Congresso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/2178-5694.2022.1.42128

Palavras-chave:

Banco de Dados, Desafios Metodológicos, Cabeças do Congresso, Deputados Federais, Desenhos de pesquisa

Resumo

O objeto desta pesquisa é a elaboração de um banco de dados composto pelos deputados federais categorizados pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) entre os anos de 1999 e 2020. Apresentamos o processo de construção do banco de dados e seus impasses metodológicos, buscando: (a) apresentar como o DIAP operacionaliza a premiação dos “Cabeças do Congresso”; (b) apontar as inconsistências presentes nas publicações da série “Cabeças do Congresso”; e (c) expor a relevância das variáveis coletadas neste banco para a compreensão de carreiras políticas e a profissionalização de seus atores. As informações foram coletadas através da base de dados do Observatório de elites políticas e sociais do Brasil, do portal da Câmara dos Deputados, e dos sites do Tribunal Superior Eleitoral e do DIAP. Durante o desenvolvimento do banco foram identificadas inconsistências na série “Os Cabeças do Congresso Nacional”. Por vezes, a atribuição das categorias de destaque dos parlamentares divergia dentro da mesma publicação. A conceituação e o processo de classificação nas categorias de análise também limitam a pesquisa por não estarem bem delimitadas e explicitadas no documento. A estrutura proposta permite conhecer as características e o planejamento de um banco de dados. Este domínio concede boas práticas na construção e coleta de informações aos cientistas políticos, reduzindo divergências e potenciais problemas que possam comprometer o resultado da pesquisa. 

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Biografia do Autor

Gabryela Gabriel, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Paraná, Brasil.

Mestranda em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, PR, Brasil. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Paula Portela, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Paraná, Brasil.

Mestranda em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, PR, Brasil. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Pedro Henrique Beff, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Paraná, Brasil.

Mestrando em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, PR, Brasil. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Nilton Sainz, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Paraná, Brasil.

Doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, PR, Brasil. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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Publicado

2022-08-09

Como Citar

Gabriel, G., Portela, P., Beff, P. H., & Sainz, N. (2022). Desafios metodológicos para a elaboração de um banco de dados em estudos de elites políticas: O caso dos “Cabeças” do Congresso. Conversas & Controvérsias, 9(1), e42128. https://doi.org/10.15448/2178-5694.2022.1.42128

Edição

Seção

Dossiê – Sociologia das elites políticas