Mulheres como autoras de violência: evidências e agenda de pesquisa

Autores

  • Hermilio Santos Freie Universität Berlin, Berlin, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, RS

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2016.1.23287

Palavras-chave:

Mulheres. Violência e crime. Narrativas biográficas.

Resumo

O artigo destaca a pouca atenção dada, na sociologia brasileira, ao envolvimento de mulheres na criminalidade e em ações violentas, explorando possíveis razões para essa negligência. Parte significativa dos estudos que se dedicam a analisar a participação de mulheres na criminalidade chegam à conclusão que esse envolvimento se dá em condições de subordinação a um parceiro masculino ou assumindo papéis secundários determinados por homens. Com evidências de pesquisa em andamento, chega-se a resultados distintos de boa parte da literatura disponível. Com base na abordagem teórico-metodológica de narrativas biográficas, identificase uma maior variedade de papéis assumidos por mulheres em crimes e em ações violentas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BARCINSKI, Mariana. Mulheres no tráfico de drogas: a criminalidade como estratégia de saída da invisibilidade social feminina. Contextos Clínicos, v. 5, n. 1, p. 52-61, 2012 <10.15448/1984-7289.2014.2.17147>.

BERTAUX, Daniel. A vingança do curso de ação contra a ilusão cientificista. Civitas, v. 14, n. 2, p. 250-271, 2014 <10.15448/1984-7289.2014.2.17147>.

CNJ. Do total de 580 mil presos, população carcerária feminina no Brasil é de quase 37 mil. 22/08/2013<http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/60625-do-total-de-580-mil-presos-populacao-cerceraria-feminina-no-brasil-e-de-quase-37-mil> (7 ago.2014).

DEBERT, Guita Grin; GREGORI, Maria Filomena. Violência e gênero: novas propostas, velhos dilemas. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 23, n. 66, p. 165-211, 2008 <10.1590/S0102-69092008000100011>.

KÖTTIG, Michaela. Lebensgeschichten rechtsextrem orientierter Mädchen und junger Frauen – Biographische Verläufe im Kontext der Familien- und Gruppendynamik. Giessen: Psychosozial-Verlag, 2004.

KRONBAUER, José Fernando Dresh; MENEGHEL, Stela Nazareth. Perfil da violência de gênero perpetrada por companheiro. Revista de Saúde Pública, v. 39, n. 5, p. 695-701, 2005 <10.1590/S0034-89102005000500001>.

MAGALHÃES, Carlos A. Teixeira. Criminalidade feminina: um estudo sobre as particularidades do crime praticado por mulheres. De Jure, n. 11, p. 117-143, 2008.

MINISTÉRIO da Justiça. Estudo inédito traça perfil da população penitenciária feminina no Brasil. 04/11/2015 <http://www.justica.gov.br/noticias/estudo-tracaperfil-da-populacao-penitenciaria-feminina-no-brasil> (4 nov. 2015).

PARSONS, Arthur S. Interpretive sociology: the theoretical significance of Verstehen in the constitution of social reality. Human Studies, v. 1, n. 1, p. 111-137, 1978 <10.1007/BF02132606>.

PASINATO, Wânia. Questões atuais sobre gênero, mulheres e violência no Brasil. Praia Vermelha, 14-15, p. 130-154, 2006.

PASINATO, Wânia. Lei Maria da Penha: novas abordagens sobre velhas propostas. Onde avançamos? Civitas, v. 10, n. 2, p. 216-232, 2010 <10.15448/1984-7289. 2010.2.6484>.

PORTO, Maria Stela Grossi. Crenças, valores e representações sociais da violência. Sociologias, v. 8, n.16, p. 250-273, 2006.

RATTON Jr., José Luiz de Amorim; PORTELLA, Ana Paula; GALVÃO, Clarissa; ABATH, Manuela. Análise configuracional de homicídios: Velhas e novas situações de violência letal contra as mulheres em Recife. Dilemas, v. 4, n. 3, p. 403-439, 2011.

ROSENTHAL, Gabriele. Erlebte und erzählte Lebensgeschichte: Gestalt und Struktur biographischer Selbstbeschreibungen. Frankfurt am Main: Campus Verlag, 1995.

ROSENTHAL, Gabriele. Pesquisa social interpretativa: uma introdução. Porto Alegre: Edipucrs, 2014.

SAFFIOTI, Heleieth I. B. Já se mete a colher em briga de marido e mulher. São Paulo em Perspectiva, v. 13, n. 4, p. 82-91, 1999 <10.1590/S0102-88391999000400009>.

SAFFIOTI, Heleieth I. B. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Cadernos Pagu, 16, p. 115-136, 2001.

SANTOS, Hermílio. Adolescents and experiences with violence: making sense of subjective interpretations of life-world. Vibrant, v. 7, n. 2, 2010.

SANTOS, Hermílio (org.). Infância e violência: experiências de violência no cotidiano de crianças em favelas do Rio de Janeiro, Recife e São Paulo. 2014 (04 abr. 2016).

SCHÜTZ, Alfred. Theorie der Lebenswelt 1 – Die pragmatische Schichtung der Lebenswelt. Konstanz: UVK, 2003.

SILVA, Luiz Antonio Machado da. Sociabilidade violenta: por uma interpretação da criminalidade contemporânea no Brasil urbano. Sociedade e Estado, v. 19, n. 1, p. 53-84, 2004 <10.1590/S0102-69922004000100004>.

STAUDIGL, Michael. Towards a phenomenological theory of violence: reflections following Merleau-Ponty and Schutz. Human Studies, 30, p. 233-253, 2007 <10.1007/s10746-007-9057-6>.

VASCONCELLOS, Fernanda Bestetti de. A família, a violência e justiça. Civitas, v. 13, n. 1, p. 136-153, 2013 <10.15448/1984-7289.2013.1.12590>.

ZALUAR, Alba. Women of gangsters: chronicle of a less-than-musical city. Estudos Feministas, Special issue, 1, p. 109-115, set. 1999

Downloads

Publicado

2016-05-19

Como Citar

Santos, H. (2016). Mulheres como autoras de violência: evidências e agenda de pesquisa. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 16(1), 42–58. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2016.1.23287

Edição

Seção

Mulheres e violência

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>