Razões para a queda do lulismo
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2019.2.34942Palavras-chave:
lulismo, capitalismo dependente, padrão de reprodução do capital.Resumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar uma contribuição ao debate sobre o significado do ciclo político-econômico “lulista” no Brasil e as razões de seu dramático declínio. O texto busca apontar algumas das causas para o esgotamento de um modelo que se colocou como alternativa ao liberalismo que caracterizou a década de 1990, também denominado de neoliberalismo ou Consenso de Washington. Em nossa hipótese, uma das razões para o esgotamento da fórmula de conciliação de classes encarnada por Lula foi o fortalecimento de um padrão de reprodução capitalista exportador de especialização produtiva, encarnado no setor do agronegócio e das atividades financeiras. Embora os grandes superávits comerciais proporcionados por esse setor tenham sido decisivos para os programas sociais que garantiram o sucesso político do lulismo, quando a conjuntura econômica modificou-se a partir da crise mundial de 2008, o agronegócio tornou-se o pivô de um realinhamento no bloco de poder, que se expressou no colapso do lulismo no impeachment de 2016.
Downloads
Referências
BERRINGER, Tatiana. A burguesia brasileira e a política externa nos governos FHC e Lula. Curitiba: Appris, 2015. https://doi.org/10.18366/tb.3006.2017
DELGADO, Guilherme Costa. Do capital financeiro na agricultura à economia do agronegócio. Porto Alegre: UFRGS Editora, 2012.
DIEESE. Política de Desenvolvimento Produtivo: Nova Política Industrial do Governo. São Paulo: Nota Técnica nº 67, 2008.
FELICIANO, Carlos Alberto. A prática da violência no campo brasileiro no século XXI. Disponível em: http://www.reformaagrariaemdados.org.br/sites/default/files/A%20pratica%20da%20violencia%20no%20campo%20do%20seculo%20XXI.pdf.
FILGUEIRAS (org.). Vitor Araújo. Saúde e segurança do trabalho na construção civil brasileira. Brasília: Ministério Público do Trabalho, 2015.
FERREIRA, Carla; LUCE, Mathias (org.). Padrão de reprodução do capital. São Paulo: Boitempo, 2012.
GOES, Fernanda Lira. Financiamento do BNDES para obras e serviços de empresas brasileiras no exterior. São Paulo: IPEA, 2016. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/
stories/PDFs/TDs/td_2297.pdf.
HIRATUKA, Célio; SARTI, Fernando. Investimento direto e internacionalização de empresas brasileiras no período recente. São Paulo: IPEA, 2011.
LAPLANE, Mariano; COUTINHO, Luciano; HIRATUKA, Célio (org.). Internacionalização e desenvolvimento da indústria no Brasil. São Paulo: Unesp, 2003.
LISBOA, Marijane Vieira. Balanço da política ambiental do governo Lula: grandes e duradouros impactos. In: PAULA, Marilene de (org.). “Nunca antes na história desse país”...? Um balanço
das políticas do governo Lula. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll Stiftung, 2011. https://doi.org/10.1590/1678-987316245708
LUCE, Mathias Seibel. O subimperialismo revisitado: a política de integração regional do governo Lula. Tese de Mestrado. Porto Alegre, 2007.
LUCE, Mathias Seibel. Teoria Marxista da Dependência – Problemas e categorias, uma visão crítica. São Paulo: Expressão Popular, 2018.
MORENO, Camila. O Brasil made in China: para pensar as reconfigurações do capitalismo contemporâneo. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, 2015.
OLIVEIRA, Chico; BRAGA, Ruy; RIZEK, Cibele (org.). Hegemonia às avessas. São Paulo: Boitempo, 2010.
RICCI, Rudá. Lulismo: da era dos movimentos sociais à ascensão da nova classe média brasileira. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.
SINGER, André. Os sentidos do lulismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. https://doi.org/10.33026/peg.v14i1.2103
SINGER, André. O lulismo em crise. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
STÉDILE, João Pedro (org.). A questão agrária no Brasil. São Paulo: Expressão Popular, 2013. v. 7: O debate na década de 2000.
ZIBECHI, Raúl. Brasil potência: entre a integração regional e um novo imperialismo. Rio de Janeiro: Consequência, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Oficina do Historiador implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Oficina do Historiador como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.