O mito da União Nacional: a Construção das "Famílias Brasileiras" na Ditadura do Estado Novo
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2017.2.27448Palavras-chave:
Ditadura do Estado Novo. Família. Política.Resumo
Este artigo procura estabelecer a relação entre mitologia política, através da construção de Getúlio Vargas como o “pai dos pobres”, a questão da construção e solidificação da memória de determinado regime político, bem como a construção retórica por parte da política estado-novista em relação à família. Para isto, na primeira parte deste artigo se aborda o modo como o Estado Novo interferiu na família através de uma concepção pública, ou materializada, demonstrando ações efetivas do Estado em relação à família, notadamente através de políticas públicas que buscaram transformar a força de trabalho. Em um segundo momento, busca-se complementar este movimento, abordando modos em que o Estado Novo utilizou-se de uma ideia privada de família, ao se utilizar desta para a retórica política de união nacional através do trabalho, do mesmo modo que para a coação de setores sociais. Por fim, como se construiu, durante o Estado Novo, a mitologia política de Vargas como o “pai dos pobres” e qual o resultado disto no que se refere a construção de memória.
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