O “bom imigrante”: as religiosidades católica e protestante luterana como fator de identidade nacional (ou não) durante o Estado Novo
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2017.2.27447Palavras-chave:
Estado Novo. Religião. Nacionalismo.Resumo
O presente artigo objetiva analisar a chamada “Campanha de Nacionalização” imposta pelo Governo de Vargas durante o Estado Novo. Entendia o Estado Brasileiro que faria parte deste processo de nacionalização o “abrasileiramento” de todos os imigrantes e seus descendentes que viviam em solo brasileiro, sendo que, além de falar a língua nativa, preferencialmente deveriam seguir como confissão de fé o Catolicismo. Neste sentido, em especial, foram atingidos os grupos protestantes, entre eles os luteranos, visto que,por utilizarem em seus ritos religiosos basicamente a língua alemã, poderiam ser considerados “dissidentes religiosos” em solo brasileiro. Desta forma, o artigo busca compreender como o processo de Nacionalização ocorreu para com os protestantes luteranos, a importância que o Catolicismo adquiria como uma espécie de fomentador da identidade nacional e de que forma um dos sínodos luteranos no Brasil, o Sínodo de Missouri, percebia a possível ligação entre o Estado Brasileiro e o Catolicismo Romano quando da perspectiva do Nacionalismo que se desejava impor.
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