Reflexões acerca do cotidiano de mulheres trabalhadoras rurais “boias frias” na cultura canavieira do interior paulista
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2017.1.26784Palavras-chave:
Trabalhadoras rurais. Canavial. História Oral.Resumo
Este artigo reflete acerca das experiências de lutas vivenciadas por mulheres trabalhadoras rurais “boias-frias”que atuaram na cultura canavieira no oeste paulista,nos primórdios do século XXI. Por meio da História Oral e dos estudos de gênero enquanto categoria de análise, evidencia a maneira pelas quais essas trabalhadoras percebem e explicam a sua segregação no mundo do trabalho e a exploração do capitalismo implementado em larga escala no setor sucroalcooleiro a partir dos anos de 1960. Além disso, o artigo discorre sobre os registros, nas memórias dessas mulheres, das transformações no campo, e sobre suas perspectivas de futuro no universo do trabalho rural em constante modificação. Utilizando essa metodologia de pesquisa, são explicitadas algumas das interfaces que marcaram as experiências de vida e de lutas das trabalhadoras rurais cortadoras decana das Usinas Nova América e Maracaí (complexos sucroalcooleiros alocados na região de Assis, interior paulista).As reflexões do artigo partem da análise das falas das trabalhadoras,entrevistadas à luz de referenciais teóricos, em busca de se compreender as interfaces de suas experiências de lutas e sobrevivência,tanto no campo dos canaviais, quanto no espaço do lar, problematizando os diferentes contextos dos eu cotidiano,com base no reconhecimento de que são sujeitos sociais e históricos.
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