UMA COMÉDIA OU A ALMA NACIONAL? O FADO EM PERSPECTIVA NA DISCUSSÃO IDENTITÁRIA ACERCA DA NAÇÃO PORTUGUESA (1878-1904).

Autores

  • Lucas André Gasparotto PUCRS

Palavras-chave:

Fado. Música popular. Identidade nacional.

Resumo

O fado, gênero musical considerado canção nacional em Portugal, surge na cidade de Lisboa na década de 1840. Durante a segunda metade do século XIX observa-se um alargamento de sua base social de atuação, na medida em que rapidamente passa a circular entre as diversas camadas da sociedade. Paralelamente a essa expansão, encontra-se em curso outro alargamento relativo ao conjunto de ideias que penetravam no país, responsável por ampliar o horizonte e transformar radicalmente o modo como a intelectualidade portuguesa pensava o país, sobretudo a partir de 1860. No esteio das discussões engendradas desde essa nova perspectiva de abordar a nação, encontra-se o fado figurar como objeto de análise em dois momentos distintos, ora como elemento incapaz de atender aos pressupostos nacionais, pensamento vinculado ao horizonte de ideias em torno da Geração de 70, ora como expressão inexorável da nação, lógica ligada ao contexto pós-Ultimatum de 1890. Através da análise de romances de Eça de Queirós escritos no último terço do século XIX e de obras dedicadas especificamente ao fado, publicadas nos primeiros anos do século XX, este trabalho busca identificar que ideia de nação esconde-se por detrás das imagens atribuídas ao gênero musical nos dois momentos em questão. Apontando uma alteração na perspectiva temporal de análise da história de Portugal, observada na segunda metade do século XIX, a pesquisa sustenta-se, assim, na discussão conceitual em torno de dois modelos de nação identificados nas obras em análise, destacando os diferentes pressupostos sobre os quais repousam as diferentes interpretações.

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Publicado

2014-10-17

Como Citar

Gasparotto, L. A. (2014). UMA COMÉDIA OU A ALMA NACIONAL? O FADO EM PERSPECTIVA NA DISCUSSÃO IDENTITÁRIA ACERCA DA NAÇÃO PORTUGUESA (1878-1904). Oficina Do Historiador, 279–292. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/oficinadohistoriador/article/view/18972