A ciência da poesia da ciência em Augusto dos Anjos
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4276.2021.1.37390Palavras-chave:
Augusto dos Anjos, Vitalismo e mecanicismo, Denotação, Poesia científicaResumo
Este artigo apresenta um estudo sobre o diálogo entre as ideias e a estética de Augusto dos Anjos. O que se pretende postular é que o poeta paraibano coloca sua vigorosa estética à serviço das ideias que eram expurgadas da cena literária e acadêmica sob o rótulo de vitalismo, a favor da hegemonia do mecanicismo. As imagens estéticas, o uso de uma linguagem científica quase completamente denotativa e a morbidez, como paroxismo desse projeto estético, não constituem propriamente uma iniciativa isolada do poeta, mas nem mesmo seus coetâneos compreenderam a grandeza de seu projeto e como foi necessário, para realizá-lo, que ele elevasse sua poética a um inusitado patamar estético. Augusto dos Anjos, mesmo à margem do epicentro elitista da rua do Ouvidor (onde seu sotaque e sua cor não teriam lugar), logrou construir uma verdadeira poética da denotação que se fez constituir um dos baluartes mais radicais de uma literatura que ali, por suas mãos, adentrava a modernidade.
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