Saramago e a sua crítica ao salazarismo nos seus romances iniciais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4276.2019.2.32994

Palavras-chave:

Salazarismo. Saramago. Romances iniciais.

Resumo

O presente artigo analisa as representações e os artifícios literários utilizados pelo escritor português José Saramago (19222010) para configurar nos seus primeiros romances (Manual de Pintura e Caligrafia, Levantado do Chão, Memorial do Convento e O ano da morte de Ricardo Reis) um discurso crítico a respeito do regime salazarista em Portugal. Além disso, estuda-se também os efeitos da censura e do autoritarismo praticados pelo Estado Novo (1933-1974) em relação ao pensamento artístico no país ibérico durante os anos de exceção. Este estudo dialoga com as contribuições sobre o referido assunto de pesquisadores como Carlos Reis, Fernando Rosas, Teresa Cristina Cerdeira da Silva e Álvaro Cardoso Gomes.

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Biografia do Autor

Felipe dos Santos Matias, Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Doutor em Letras - Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com período sanduíche (bolsa CAPES PDSE) na Universidade de Coimbra (UC), Portugal. Professor Adjunto na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), atuando na Graduação e no Programa de Pós-Graduação em Literatura Comparada.

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Publicado

2020-01-06

Como Citar

Matias, F. dos S. (2020). Saramago e a sua crítica ao salazarismo nos seus romances iniciais. Navegações, 12(2), e32994. https://doi.org/10.15448/1983-4276.2019.2.32994

Edição

Seção

Ensaios