Engenho poético para cantar um artifício engenhoso. O astrolábio de Valetim Estancel nos versos de Botelho de Oliveira e Gregório de Matos
Palavras-chave:
Artes liberais e mecânicas, Estancel, Botelho de Oliveira, Gregório de MatosResumo
Este ensaio analisa e contextualiza os sonetos que Botelho de Oliveira e Gregório de Matos escreveram para elogiar o astrolábio que o jesuíta Valentim Estancel descreveu no seu texto Tiphys Lusitano ou Regimento Náutico Novo (Salvador da Bahia, finais do século XVII). O curioso invento de Estancel inspirou-lhes versos engenhosos que louvam um instrumento mecânico e o seu feitor, em consonância com a dignificação da pintura ou da escultura – artes manuais – e a sua consideração como artes liberais, tendência que já começara no Humanismo italiano. O debate a respeito da nobilitação das artes mecânicas ou artesanais esteve presente na produção intelectual e literária da imaginada República das Letras e das Ciências, que, da Itália, passando pela Península Ibérica, chegava até a América Portu- guesa. A poetical genius praising a genius Instrument. The astrolabe of Valentim Estancel in the poems of Botelho de Oliveira and Gregório de Matos Abstract: This essay analyzes and contextualizes the sonnets by Botelho de Oliveira and Gregorio de Matos which were written in order to praise the astrolabe which the Jesuit Valentim Estancel described in his text Tiphys Lusitano ou Regimento Náutico Novo (Salvador de Bahía, end of the 17th century). Estancel’s astonishing invention inspired both poets to write genius (witty) verses that admire a mechanical instrument as well as its inventor, though which they participated in the movement aiming towards establishing painting or sculpting – mechanical arts – as part of the liberal arts, a tendency which had already started in the Italian humanism. The debate concerning the admiration of mechanical arts could be found in intellectual and literary productions of the imagined Republic of Letters and Sciences, which originated in Italy and crossed over the Iberian Peninsula finally arriving in América Portu- guesa. Keywords: Liberal and Mechanical Arts; Estancel; Botelho de Oliveira; Gregório de MatosDownloads
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Publicado
2011-12-01
Como Citar
Rodrigues-Moura, E. (2011). Engenho poético para cantar um artifício engenhoso. O astrolábio de Valetim Estancel nos versos de Botelho de Oliveira e Gregório de Matos. Navegações, 4(2), 151–166. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/navegacoes/article/view/10175
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Ensaios
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