Nunca fomos pós-humanos
Tecendo cartografias da cosmovisão andina na era do Antropoceno
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4012.2022.1.43134Palavras-chave:
Humanos, Não humanos, Pós-humanismo, Decolonialidade, Cosmovisão andinaResumo
O contexto do Antropoceno tem despertado diversos debates no meio acadêmico, dentre eles os diálogos sobre o pensamento pós-humanista. O fato de a atividade humana no planeta ter desencadeado consequências catastróficas nos leva a propor com urgência outras formas de intersecções entre outras culturas, que talvez não estejam vivenciando com tanta intensidade, os frutos de um pensamento totalizante e universalista. Nesse contexto, este artigo se propõe a criar um quadro que conecte a cosmovisão andina do cosmos e as relações humanas e não humanas propostas tanto pela decolonialidade quanto pelo pós-humanismo e discutir as relações entre elas. Não pretendemos discutir diferenças ou vulnerabilidades de cada pensamento, mas identificar posições éticas que nos levem a reconhecer outros saberes há muito silenciados pela hegemonia europeia. Através da revisão bibliográfica embasada nas Teorias Decoloniais concluímos que o diálogo intercultural pode trilhar caminhos para que possamos construir relações amorosas entre os seres que habitam o universo.
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