Imortalidade e natureza da alma humana: comentários a respeito da possibilidade de fundamentação metafísica e epistemológica na Ordinatio de Duns Scotus
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4012.2020.1.34122Palavras-chave:
Alma, Conhecimento, Imortalidade, Scotus.Resumo
O presente estudo propõe-se a analisar de forma breve e sintética os principais elementos de caráter metafísico e epistemológico a respeito da questão da possibilidade de conhecimento racional acerca da imortalidade da alma por parte de Duns Scotus na sua Ordinatio. Para tanto, o trabalho estrutura-se em três partes, respeitando e adotando um roteiro metodológico semelhante ao construído por Scotus na análise da questão. Em um primeiro momento, recupera um conjunto de argumentos construídos pelo autor, em diálogo sobretudo com Aristóteles, que advogam em favor da possibilidade a respeito da qual se indaga. Expõe inicialmente argumentos a priori e em seguida argumentos a posteriori. Os primeiros basicamente delineiam-se à luz do conceito de felicidade eterna, felicidade essa a qual o homem permanentemente aspira e deseja. Os segundos versam mais intensamente em torno da necessidade de justiça à retribuição após a morte, aos atos virtuosos e viciosos cometidos pelos homens. Na segunda e na terceira parte, nossa abordagem detém-se em apresentar o processo de refutação empreendido por Scotus a esses dois segmentos argumentativos. Demonstra-se assim como o autor rejeita a possibilidade de o homem conhecer por meio da razão natural a imortalidade de sua alma, estabelecendo-se assim um primado da fé, uma vez que somente por meio dessa lhe é permitido ter conhecimento desta realidade eterna.
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