Outras epistemologias – múltiplas narrativas sobre sexo, gênero e papéis sociais
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4012.2019.1.33205Palavras-chave:
epistemologia feminista, estudos africanos, biologiaResumo
Em seu artigo “Visualizing the Body: Western Theories and African Subjects” Oyèrónké Oyěwùmí aponta que os Estudos Africanos continuam sendo ocidentocêntricos, isto é, ainda utilizam teorias e conceitos operativos derivados de experiências ocidentais. O primeiro problema que ela aponta é com a universalização dos papéis sociais e das identidades enraizados na biologia. Segundo, a cultura ocidental privilegia o sentido visual em detrimento dos outros sentidos reduzindo o corpo a um marcador de diferenças que implicam exclusões de outras narrativas sobre sexo, gênero e papéis sociais. Considerando a epistemologia social feminista de Donna Haraway, de que diferenças experienciais levam a diferenças de perspectiva e essas diferenças carregam consequências epistêmicas, o objetivo deste artigo é mostrar de que modo sua teoria sobre narrativas situadas é capaz de contribuir para que as dificuldades apresentadas por Oyěwùmí sejam recolocadas em um cenário epistemológico mais amplo. Quais as limitações que a epistemologia ocidentocêntrica tem submetido não apenas outras epistemologias, mas também tem limitado a própria ampliação de narrativas no ocidente?
Downloads
Referências
ABIMBOLA, W. Ifa: an exposition of the Ifa literary corpus. New York: Oxford University Press, 1976.
CODE, L. What can she know? Feminist theory and construction of knowledge. Ithaca: Cornell University Press, 1991.
DAUKAS, N. Alltogether now: a virtue-theoretic approach to pluralism in feminist epistemology. In: GR ASSWICK, H. E. (ed.). Feminist epistemology and philosophy of science: power in knowledge, Dordrecht: Springer, 2001. p. 45-67.
https://doi.org/10.1007/978-1-4020-6835-5_3
DUSTER, T. Backdoor to eugenics. New York: Routledge, 1990.
FRICKER, M. Epistemic injustice: power and the ethics of knowing. Oxford: Oxford University Press, 2009.
GROSZ, E. Bodies and knowledges: feminism and the crisis of reason. In: ALCOFF, L.; POTTER, E. (ed.). Feminist epistemologies. New York: Routledge, 1994.
HAMPATÉBÂ, A. Approaching Africa. In: MARTIN, A. (ed.). African films: the context of production. London: British Film Institute, 1982.
HARAWAY, D. J. Primate visions: gender, race, and nature in the world of modern science. New York: Routledge, 1989.
HARAWAY, D. J. Simians, cyborgs, and women: the reinvention of nature. New York: Routledge, 1991.
HARAWAY, D. J. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, p. 07-41, 1995.
JONAS, H. The phenomenon of life: toward a philosophical biology. New York: Harper & Row, 1966.
KELLER, E. F.; GR OUNTKOWSKI, C. The mind’s eye. In: HARDING, S.; HINTIKKA, M. B. Discovering reality: feminist perspectives on epistemology, metaphysics, methodology, and philosophy of science. Boston: Reidel, 1983.
LOPES, F. Rosana Paulino: o tempo do fazer e a prática do compartilhar. In: PAULINO, R. A costura da memória. Curadoria: Valéria Piccoli e Pedro Nery. São Paulo: Pinacoteca de São Paulo, 2018. p. 166.
OYĚWÙMÍ, O. Visualizing the body: Western theories and African subjects. In: OYĚWÙMÍ, O. The invention of women: making an African sense of western gender discourses. Tradução de Wanderson Flor do Nascimento. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1997. p. 1-30.
PAULINO, R. História natural? São Paulo: PROAC, 2016. Livro de artista.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Intuitio implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Intuitio como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.