Necessariamente, Provavelmente não sou um Zumbi
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4012.2018.1.31457Palavras-chave:
Argumento Zumbi, Probabilidade, Epistemologia ModalResumo
O argumento zumbi negativo parte das premissas de que p ∧ ¬q é idealmente negativamente concebível, de que tudo que é idealmente negativamente concebível é possível e de que o fisicalismo é incompatível com a possibilidade de p ∧ ¬q para concluir que o fisicalismo é falso. No argumento, p é a conjunção das verdades e leis físicas fundamentais e q é uma verdade fenomenal qualquer. Uma sentença φ é idealmente negativamente concebível se e somente se um raciocinador ideal não acredita que ¬φ em reflexão a priori. Uma versão da tese da escrutabilidade pressuposta pelo argumento afirma que, para todo φ que sobrevém a p, o raciocinador ideal acredita que p → φ em reflexão a priori. Nesse artigo, argumento que, dado interpretações relevantes da noção de probabilidade, o raciocinador ideal acredita verdadeiramente, para todo φ, que p → pr(φ) = x em reflexão a priori. Mas então, dependendo do valor de pr(q) e das correlações entre q e outras sentenças, o raciocinador ideal também acredita (provavelmente, verdadeiramente) que p → q em reflexão a priori. Para alguns qs relevantes, p ∧ ¬q não é idealmente negativamente concebível e o argumento zumbi tem uma premissa falsa. A escolha de um q adequado dependeria de informação empírica, o que faria o argumento zumbi não ser nem conclusivo, nem a priori.Downloads
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