Necessariamente, Provavelmente não sou um Zumbi

Autores

  • Danilo Fraga Dantas Doutor em Filosofia pela Universidade da Califórnia

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4012.2018.1.31457

Palavras-chave:

Argumento Zumbi, Probabilidade, Epistemologia Modal

Resumo

O argumento zumbi negativo parte das premissas de que p ¬q é idealmente negativamente concebível, de que tudo que é idealmente negativamente concebível é possível e de que o fisicalismo é incompatível com a possibilidade de p ¬q para concluir que o fisicalismo é falso. No argumento, p é a conjunção das verdades e leis físicas fundamentais e q é uma verdade fenomenal qualquer. Uma sentença φ é idealmente negativamente concebível se e somente se um raciocinador ideal não acredita que ¬φ em reflexão a priori. Uma versão da tese da escrutabilidade pressuposta pelo argumento afirma que, para todo φ que sobrevém a p, o raciocinador ideal acredita que p → φ em reflexão a priori. Nesse artigo, argumento que, dado interpretações relevantes da noção de probabilidade, o raciocinador ideal acredita verdadeiramente, para todo φ, que p → pr(φ) = x em reflexão a priori. Mas então, dependendo do valor de pr(q) e das correlações entre q e outras sentenças, o raciocinador ideal também acredita (provavelmente, verdadeiramente) que p → q em reflexão a priori. Para alguns qs relevantes, p ¬q não é idealmente negativamente concebível e o argumento zumbi tem uma premissa falsa. A escolha de um q adequado dependeria de informação empírica, o que faria o argumento zumbi não ser nem conclusivo, nem a priori.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Danilo Fraga Dantas, Doutor em Filosofia pela Universidade da Califórnia

Bacharel em Comunicação Social (Universidade Federal da Bahia - UFBA), mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas (UFBA), mestre em Filosofia (Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS) e doutor em Filosofia (Universidade da Califórnia, campus de Davis - UC Davis). No mestrado em Filosofia, estudou as consequências da existência de falsas lembranças para a epistemologia e metafísica da memória. No doutorado, utilizou modelos formais e computacionais para lidar com questões em epistemologia, como onisciência lógica, concebilidade, epistemologia Bayesiana, raciocínio não-monotônico, etc.

Referências

BIGELOW, J. C. Possible Worlds Foundations for Probability. Journal of Philosophical Logic, v. 5, n.3, p. 299-320, 1976.

CARNAP, R. Meaning and Necessity: A Study in Semantics and Modal Logic. Chicago/London: The University of Chicago Press, 1947.

CARNAP, R. Logical Foundations of Probability. Chicago: The University of Chicago Press, 1950.

CARNAP, R. The Continuum of Inductive Methods. Chicago: The University of Chicago Press, 1952.

CHALMERS, D. The Conscious Mind: In Search of a Fundamental Theory. New York, NY, USA: Oxford University Press, 1996.

CHALMERS, D. Does Conceivability Entail Possibility? IN: GENDLER, T. &

HAWTHORNE, J. (Eds.), Conceivability and Possibility. Oxford: Oxford University Press, 2002, p. 145-200.

CHALMERS, D. Probability and Propositions. URL: , Último Acesso em: 10 de julho de 2018, 2006.

CHALMERS, D. The Character of Consciousness. Oxford: Oxford University Press, 2010.

CHALMERS, D. Constructing the World. Oxford: Oxford University Press, 2012.

DANTAS, D. Almost Ideal: Computational Epistemology and the Limits of Rationality for Finite Reasoners (Tese de Doutoramento, University of California, Davis), 2016.

DANTAS, D. Ideal Reasoners Don't Believe in Zombies. Principia: an International Journal of Epistemology, v. 21, n. 1, p. 41-59, 2017.

FAYE, J. Copenhagen Interpretation of Quantum Mechanics. IN: ZALTA, E. (Ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Último Acesso em: 10 de julho de 2018, <https://plato.stanford.edu/archives/fall2014/entries/qm-copenhagen/>, 2014.

HAUGELAND, J. Weak Supervenience. American Philosophical Quarterly, v. 19, n. 1, p. 93- 103, 1982

HINTIKKA, J. A Two-Dimensional Continuum of Inductive Methods. IN: HINTIKKA, J & SUPPES, P. (Eds.). Aspects of Inductive Logic (Vol. 43), Studies in Logic and the Foundations of Mathematics. Elsevier, 1966, p. 113-132.

HUBER, F. Formal Representations of Belief. IN: ZALTA, E. (Ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Último Acesso em: 02 de julho de 2018, <https://plato.stanford.edu/entries/formal-belief/>, 2016.

KIRK, R. The Inconceivability of Zombies. Philosophical Studies, v. 139, n. 1, p. 73-89, 2008.

KIRK, R. Zombies. IN: ZALTA, E. (Ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Último Acesso em: 02 de julho de 2018, <https://plato.stanford.edu/entries/zombies/>, 2015.

KYBURG, H. Propensities and Probabilities. IN: TUOMELA, R. (Ed.). Dispositions. Dordrecht (Netherlands): Springer, 1978, p. 277-301.

LAPLACE, P. S. Philosophical Essay on Probabilities. New York: Dover Publications Inc, 1951 [1814].

LEWIS, D. K. Counterfactuals. Malden, MA: Blackwell Publishing, 1973.

MCLAUGHLIN, B. & BENNETT, K. Supervenience. IN: ZALTA, E. (Ed.) The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Último Acesso em: 02 de julho de 2018, <https://plato.stanford.edu/entries/supervenience/>, 2018.

MENZIES, P. Possibility and Conceivability: A Response-Dependent Account of Their Connections. IN: CASATI, R. (Ed.). European Review of Philosophy, Volume 3: Response-Dependence. Stanford: Csli Publications, 1998, p. 255-277.

MIKKELSON, J. M. Dissolving the Wine/Water Paradox. British Journal for the Philosophy of Science, v. 55, n. 1, p. 137-145, 2004.

PARENT, T. An Objection to the Laplacean Chalmers. Journal for General Philosophy of Science, v. 47, n. 1, p. 237-240, 2016.

POLLOCK, J. Nomic Probability and the Foundations of Induction. Oxford: Oxford University Press, 1990.

POLLOCK, J. Cognitive Carpentry: a Blueprint for How to Build a Person. Cambridge, MA: The MIT Press, 1995.

POPPER, K. R. The Propensity Interpretation of the Calculus of Probability, and the Quantum Theory. IN: KÖRNER, S. (Ed.). Observation and Interpretation. Butterworths, 1957, p. 65-70.

RAMSEY, F. P. Truth and Probability. IN: BRAITHWAITE, R. B. (Ed.) The Foundations of Mathematics and other Logical Essays. London: Routledge, 1931 [1926], p. 156-198 (cap. 7).

REICHENBACH, H. The Theory of Probability. Berkeley, CA: University of California Press, 1949.

RUSSELL, B. A Priori Justification and Knowledge. IN: ZALTA E. (Ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Último Acesso em: 02 de julho de 2018, <https://plato.stanford.edu/entries/apriori/>, 2017.

TONONI, G. & KOCH, C. The Neural Correlates of Consciousness. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 1124, n. 1, p. 239-261, 2008.

VAHID, H. Conceivability and Possibility: Chalmers on Modal Epistemology. Philosophical Explorations, v. 9, n. 3, p. 243-260, 2006.

VAN FRAASSEN, B. Laws and Symmetry. Oxford: Clarendon Press, 1989.

Downloads

Publicado

2018-07-30

Como Citar

Dantas, D. F. (2018). Necessariamente, Provavelmente não sou um Zumbi. Intuitio, 11(1), 19–32. https://doi.org/10.15448/1983-4012.2018.1.31457