A filosofia posta em pessoas: por uma ética do poema em Celan e Derrida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2020.2.37043

Palavras-chave:

Desconstrução, Escritura, Impossível., Paul Celan, Suplemento

Resumo

O presente artigo quer encontrar um modo de pensar a filosofia a partir de uma escrita marcada pelo que vamos seguir entendendo como “pessoas”. Jacques Derrida será o norte teórico desse texto, ao que ele próprio traz em linhas muito precisas ao longo de sua obra em torno da expressão “digno de seu nome”. Se há dignidade ou se algo detém uma dignidade e por ela um nome, se a palavra dignidade [Würdigkeit] ainda nos remete, como em Kant, à noção incondicional de “pessoa” e se ela pode nesse registo e, como veremos, ser estendida ao todo-outro e ainda assim inscrever uma “majestade”, é dessa forma que a expressão “digno de seu nome” atravessa a obra de Derrida quando ele inicia um incansável trabalho com a palavra, especialmente em seus escritos tardios, cuja significação não é mais objetável.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabriela Lafetá, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF.

Doutora em filosofia contemporânea pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente é professora contratada do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília (UnB).

Referências

BADLEH, Jalal. De Derrida à Lévinas, la dette et l’envoi. Paris: L’Harmattan, 2015.

BENVENISTE, Émile. Problèmes de linguistique générale, Paris: Gallimard, 1966.

BERNARDO, Fernanda. “Não há desconstrução sem democracia – não há democracia sem desconstrução – idiomas da resistência – promessas em reinvenção: o pensamento tal como a democracia por vir”; In: HADDOCK-LOBO, Rafael; RODRIGUES, Carla; SERRA, Alice; AMITRANO, Georgia; RODRIGUES, Fernando (org.) Heranças de Derrida: da ética à política. v. I. Rio de Janeiro: Nau, 2014. p. 7-66.

CELAN, Paul. Entretien dans la montagne, 2001 [1959]. Suivi de MOSÈS, Stéphane. Quand le langage se fait voix. Paris: Éditions Verdier, 2001.

CELAN, Paul. Le Méridien & autres proses. Paris: Seuil, 2002. [“O meridiano”, in Cristal. São Paulo, Iluminuras, 2009].

CELAN, P. Le Méridien & Autres Proses. Edition bilingue. Traduit de l’allemand et annoté par Jean Launay. Paris: Le Seuil, 2002. p. 84. apud DERRIDA, J. Séminaire La Bête et le Souverain (2201-2002), Galilée, 2008, p. 313 [Je trouve le lien qui, comme le poème, mène à la rencontre.]

DERRIDA, Jacques. De la Grammatologie. Paris: Les Éditions de le Minuit, 1967. [Trad. bras.: Gramatologia. São Paulo, Perspectiva, 1999]

DERRIDA, Jacques. L’écriture et la différence. Paris: Éditions du Seuil, 1967. [Trad. bras.: A Escritura e a Diferença. São Paulo, Perspectiva, 2011]

DERRIDA, Jacques. Marges - de la Philosophie. Paris: Les Éditions de le Minuit, 1972. [Trad. bras.: Margens da Filosofia. Campinas, Papirus, 1991]

DERRIDA, Jacques. Mémoires d’aveugle: l’autoportrait et autres ruines. Paris: Réunion des musées nationaux, 1990. [Trad. port. Fernanda Bernardo. Memórias de cego: o autoretrato e outras ruínas. Lisboa, Calouste Gulbenkian, 2010].

DERRIDA, Jacques. L’autre cap. Paris: Les Éditions de Minuit, 1991.

DERRIDA, Jacques. Donner la mort. Paris, Galilée, 1992.

DERRIDA, Jacques. Passions. Khôra. Sauf le nom. Paris: Galilée, 1993. [Trad. bras.: Paixões. Khôra. Salvo o Nome. São Paulo, Papirus, 1995]

DERRIDA, Jacques. Apories: mourir – s’attendre aux “limites de la vérité”. Paris : Galilée, 1996.

DERRIDA, Jacques. Foi et savoir, suivi de le Siècle et le Pardon. Paris: Seuil, 2000. [Trad. Bras. “Fé e Saber: as duas fontes da ‘religião’ nos limites da simples razão”. In: DERRIDA, J.; VATTIMO, G. (org.). A religião. São Paulo, Estação Liberdade, [2000].

DERRIDA, Jacques. Béliers: le dialogue ininterrompu: entre deux infinis, le poème. Paris: Galilée, 2003. [Trad. port. Fernanda Bernardo. Carneiros – o diálogo ininterrupto: entre dois infinitos, o poema. Coimbra, Palimage, 2008]

DERRIDA, Jacques. Séminaire La bête et le souverain: v. 1: 2001-2002. Paris, Galilée, 2008.

EYBEN, Piero. Outro secreto: Abraão, filhos impossíveis e a literatura. Cópia xerografada.

HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica [1952]. Petrópolis: Vozes, 1978.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. São Paulo: Ed. 34, 2013.

MICHAUD, Ginette. Juste le poème, peut-être (Derrida, Celan). Montréal: Le temps volé Éditions, 2008.

MOSÈS, Stéphane. Quand le langage se fait voix. Paris: Éditions Verdier, 2001.

ROGOZINSKI, Jacob. Faire part: cryptes de Derrida. [S.l.] : Éditions Léo Scheer, 2005.

Downloads

Publicado

2020-07-25

Como Citar

Lafetá, G. (2020). A filosofia posta em pessoas: por uma ética do poema em Celan e Derrida. Veritas (Porto Alegre), 65(2), e37043. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2020.2.37043

Edição

Seção

Artigos