Uma quasi-objetividade na teoria dos valores de David Hume

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2021.1.40224

Palavras-chave:

David Hume, Valor moral, Valor estético, Cognitivismo, Não cognitivismo

Resumo

O objetivo deste artigo consiste em responder à questão de saber se, na filosofia de Hume, o padrão para determinar o valor de verdade dos proferimentos sobre valores morais e estéticos pode ser considerado genuinamente objetivo. Para tal, começo por esclareço três posições que se pode adotar sobre a questão de saber se este padrão é ou não genuinamente objetivo, a saber, subjetivismo, intersubjetivismo e objetivismo (I e II). Em seguida, explico a pertinência da interpretação cognitivista e por que razão a interpretação realista de David Norton falha (III). Por fim, e à luz de uma distinção entre objetividade no sentido forte e fraco (ou quasi-objetividade), concluo que na filosofia de Hume, o padrão para os proferimentos sobre valores é quasi-objetivo (IV).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlota Salgadinho Ferreira, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), no Rio de Janeiro, RJ, Brasil; mestre e bacharel em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, no Porto, Portugal; professora agregada no Departamento de Filosofia da PUC-Rio, no Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Referências

ÁRDAL, P. S. Passion and Value in Hume’s Treatise. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1966.

AYER, A. J. Hume. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1981.

BLACKBURN, S. Essays in Quasi-realism. Oxford: Oxford University Press, 1993.

BROAD, C. D. Five Types of Ethical Theory. London: Routledge and Kengan Paul, 1930.

BRUNET, O. Philosophie et Esthétique chez David Hume. Paris: Librairie A-G Nizet, 1965.

CAPALDI, N. Hume’s Place in Moral Philosophy. New York: Peter Lang, 1989.

COHON, R. Hume’s Morality: Feeling and Fabrication. Oxford: Oxford University Press, 2008. DOI: https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199268443.001.0001

COVENTRY, A. Hume’s Theory of Causation: A Quasi-Realist Interpretation. New York: Continuum, 2006.

DAVIE, W. A Personal Element in Morality. Hume Studies, USA, v. 14, n. 1, p. 191-205, 1988. DOI: https://doi.org/10.1353/hms.2011.0476

FLEW, A. On the Interpretation of Hume. Philosophy, Cambridge, v. 38, p. 178-182, 1963. DOI: https://doi.org/10.1017/S0031819100060186

FOGELIN, R. Hume’s Skepticism in the Treatise of Human Nature. London: Routledge & Kegan Paul, 1985.

FOOT, P. Hume on Moral Judgement. In: COHON, R. Hume: Moral and Political Philosophy. Sydney, 1963. p. 75-80.

GARRETT, D. Cognition and Commitment in Hume’s Philosophy. Oxford: Oxford University Press, 1997.

GUIMARÃES, L. Comments on Angela Coventry’s Hume’s Theory of Causation: A Quasi-Realist Interpretation. Manuscrito, Campinas, v. 32, n. 2, p. 471-478, 2009.

HARE, R. Sorting Out Ethis. Oxford: Oxford University Press, 1997.

HUDSON, W. D. Hume on Is and Ought. The Philosophical Quarterly, St. Andrews, v. 14, n. 56, p. 246-52, 1964. DOI: https://doi.org/10.2307/2955466

HUME, D. Tratado da Natureza Humana. Tradução de Déborah Danowski. São Paulo: UNESP, 2001.

HUME, D. A Arte de Escrever Ensaio e Outros Ensaios. Tradução de Márcio Suzuki, Pedro Pimenta. Iluminuras: São Paulo. 2009.

HUME, D. Investigações sobre o Entendimento Humano e sobre os Princípios da Moral. Tradução de José Oscar de A. Marques. São Paulo: UNESP, 2004.

HUNTER, G. Hume on Is and Ought. Philosophy, Cambridge, v. 37, n. 140, p. 148-152, 1962. DOI: https://doi.org/10.1017/S0031819100036809

JONES, P. Another look at Hume’s views of Aesthetic and Moral Judgements. Philosophical Quarterly, St. Andrews, v. 20, n. 78, p. 53-59, 1970. DOI: https://doi.org/10.2307/2217913

JONES, P. Hume’s Sentiments: Their Cicerionian and French Context. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1982.

KAIL, P. J. How to Understand Hume’s Causal Realism. In: READ, R.; RICHMAN, K. A. (ed.). The New Hume Debate: revisited edition. London: Routledge, 2007a. p. 251-269.

KAIL, P. J. Projection and Realism in Hume’s Philosophy. Oxford: Oxford University Press, 2007b. DOI: https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199229505.001.0001

LIMONGI, I. O fato e a norma do gosto: Hume contra um certo ceticismo. Analytica, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 108-24, 2006.

LIMONGI, I. O ponto de vista do espectador e a medida do juízo moral em Hume. Discurso, São Paulo, v. 41, p. 114-139, 2011. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2011.68369

MACKIE, J. L. Ethics: Inventing Right and Wrong. London: Pelican Books, 1977.

MACKIE, J. L. Hume’s Moral Theory. London: Routledge, 1980.

MACNABB, D. G. C. David Hume: His Theory of Knowledge and Morality. London: Hutchison House, 1951.

NORTON, D. F. Hume’s Common-sense Morality. Canadian Journal of Philosophy, Canada, v. 5, n. 4, p. 523-543, 1975. DOI: https://doi.org/10.1080/00455091.1975.10716966

NORTON, D. F. David Hume: Common-sense Moralist, Skeptical Metaphysician. Princeton: Princeton University Press, 1982.

NOXON, J. Hume’s Opinion of Critics. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, USA, v. 20, n. 2, p. 157-162, 1961. DOI: https://doi.org/10.1111/1540_6245.jaac20.2.0157

NOXON, J. Hume’s Philosophical Development: A Study of his Methods. Oxford: Oxford University Press, 1973.

REID, T. Essays on the Active Powers of Man, HAAKONSEN, K.; HARRIS, J. (ed.). Edinburgh: Edinburgh University Press, 2010. DOI: https://doi.org/10.1515/9780748642939

STROUD, B. Hume. London: Routledge and Kegan Paul, 1977.

STROUD, B. ‘Gilding or staining the world with ‘sentiments’ and ‘phantasms’. Hume Studies, USA, v. 19, n. 2, p. 253-72, 1993.

SWAIN, C. G. Passionate Objectivity. Noûs, USA, v. 26, n. 4, p. 465-490, 1992. DOI: https://doi.org/10.2307/2216024

TOWNSEND, D. Hume’s Aesthetic Theory: Taste and sentiment. London: Routledge, 2001.

WINKLER, K. The New Hume. The Philosophical Review, USA, v. 100, n. 4, p. 541-579, 1991. DOI: https://doi.org/10.2307/2185174

Downloads

Publicado

2021-12-27

Como Citar

Ferreira, C. S. (2021). Uma quasi-objetividade na teoria dos valores de David Hume. Veritas (Porto Alegre), 66(1), e40224. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2021.1.40224

Edição

Seção

Epistemologia & Filosofia da Linguagem