A desconstrução do “mal-estar na / da / pela soberania” e seu papel na crítica à democracia representativa
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2021.1.36463Palavras-chave:
Soberania, Democracia, Neoliberalismo, Derrida, EspectralidadeResumo
No presente trabalho, avalia-se a impressão da perspectiva desconstrutiva do mal em / para / pela soberania, na obra de Jaques Derrida, para uma crítica anti-idólatra da democracia. Começa com o estudo crítico de duas tradições de fundamentação contemporânea da democracia representativa. O exame da proposta de democracia deliberativa de Habermas e a concepção de radicalização da democracia de Ernesto Laclau, que permitem demonstrar a reprodução do processo de formalização da democracia. Ambos criticam o paradigma do conflito material de classes de origem marxista e respondem com um entendimento comunicativo que parte da centralidade da linguagem e do discurso como uma prática subjetiva consensual. Da redução do processo subjetivo à prioridade proeminente do discurso, a democracia deixa de entender as condições materiais de reprodução do sujeito corporal. Marco em face do qual avaliamos o papel da crítica ao mal-estar da soberania presente na obra de Jaques Derrida. O pensamento derridiano sobre a perturbação da soberania critica a redução da diferença de uma constelação categórica e metódica que implica o reconhecimento do conflito irredutível que representa a emergência de contingência do outro. A espectralidade como intuição abrangente permite a afirmação da responsabilidade ética, como base de qualquer posição epistemológica, que tenta dar a um discurso verdadeiro a condição de possibilidade. Posição que salvaguarda a possibilidade transformadora de exercer soberania, revelando seus processos de repressão subjetiva. Essa constelação categorial é substantiva a uma crítica à redução da democracia como um exercício soberano.
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