Rumo a uma Educação Intercultural em Moçambique

Proposta para enfrentamento do etnocentrismo e da dominação cultural portuguesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/0103-314X.2022.1.41614

Palavras-chave:

etnocentrismo, globalização, interculturalidade, educação, cultura ancestral

Resumo

Estudo qualitativo, descritivo da influência do etnocentrismo português em Moçambique, iniciado no século XV com a colonização, que impôs a cultura portuguesa em detrimento da cultura ancestral Moçambicana inferiorizando os povos e cultura nativa, considerando-lhes incultos, pagãos. A criação da escola oficial se converteu em um instrumento de alfabetização e dominação colonial, impondo a cultura e a língua portuguesa, objetivando a negação das culturas e religiosidades moçambicanas. O objetivo deste trabalho é analisar a influência do etnocentrismo português confrontado com a cultura ancestral de Moçambique. Os resultados mostraram que é imprescindível desenvolver uma educação capaz de compreender as múltiplas dimensões e a complexidade da cultura Moçambicana. 

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Biografia do Autor

José Armando Vicente, Seminário Maior de Filosofia e Teologia da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN), Contagem, MG, Brasil.

Doutor em Teologia Sistemática pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte, MG, Brasil; mestre em Teologia Sistemática pela mesma instituição. Pós-graduação Lato Sensu em Especialização para Formadores de Presbíteros, no Instituto Santo Tomás de Aquino, em Belo Horizonte, MG, Brasil; Pós-graduação Lato Senu em Especialização em Sociologia e Psicologia Social, na Universidade Estácio de Sá, Brasil; graduado em Teologia no Instituto Santo Tomás de Aquino, em Belo Horizonte, MG, Brasil. Doutorando em Educação pela Universidade Internacional Iberoamericana (UNINI-MX). Pós-graduando em Educação Bilíngui e Plurilíngui na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), em Belo Horizonte, MG, Brasil. Pós-doutorando em Psicologia com Orientacíon em Metodologia de la Investigacion na Universidad de Flores, em Buenos Aires, Argentina.

Maria Aparecida Santos e Campos, Universidad Internacional Iberoamericana (UNINI), Campeche, México; Associação de Fibromialgia de Jaén (AFIXA JAÉN), Jaén, Espanha.

Doutorado em Actividad Física y Salud pela Universidade de Jaén (UJAEN), em Jaén, Espanha. Professora na Universidad Internacional Iberoamericana (UNINI), em Campeche, México. Professora na Associação de Fibromialgia de Jaén (AFIXA JAÉN), em Jaén, Espanha.

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Publicado

2022-10-22

Edição

Seção

Artigos Livres