Repare bem: a narrativa fílmica por uma justiça reconstrutiva

Autores

  • Vanessa Schinke Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Jeniffer Cuty Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Bruno Rigon Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Henrique Bull Richter Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Júlia Freitas Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/2177-6784.2014.1.17235

Palavras-chave:

Justiça de Transição. Justiça Restaurativa. Narrativa Fílmica. Memória Coletiva. Anistia.

Resumo

Este artigo busca promover uma reflexão sobre justiça de transição a partir da interpretação de aspectos do documentário Repare Bem (2012), de autoria de Maria de Medeiros. Nesta narrativa fílmica observamos a força do relato de vida de duas mulheres, Denise Crispim, a mãe, e Eduarda Crispim Leite, sua filha, as quais foram perseguidas pelas ditaduras civil-militares no Brasil e no Chile nos anos 1970. Aderimos conceitualmente, para esta leitura, ao referencial teórico dos estudos sobre justiça de transição, justiça restaurativa e justiça reconstrutiva, bem como do campo do imaginário social e da memória coletiva. O texto foi produzido no âmbito do debate do grupo de pesquisa Direito à Memória e à Verdade e Justiça de Transição, ligado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.


DOI: http://dx.doi.org/10.15448/2177-6784.2014.1.17235

Biografia do Autor

Vanessa Schinke, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Ciências Criminais, na linha "Violência, Crime e Segurança Pública", pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Brasília (UnB), na linha de pesquisa "Constituição, Processo e Teoria Constitucionais, Direito Fundamentais". Atualmente dedica-se à linha relativa à memória constitucional, especificamente aos fenômenos relacionados à Anistia Poítica. Foi analista processual da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça/Brasil. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Curso de Bacharelado em Letras, com habilitação para Tradução. Presta consultoria para Municípios, assessoria em políticas públicas e demandas relativas a agentes políticos.

Jeniffer Cuty, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lotada no Departamento de Ciência da Informação, na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação. Doutora em Planejamento urbano, arquiteta e urbanista pela UFRGS, graduanda em Direito pela PUCRS.

Bruno Rigon, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Mestrando em Ciências Criminais na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Bolsista CAPES. Graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Henrique Bull Richter, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Mestrando em Ciências Criminais na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Júlia Freitas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Graduanda em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Bolsista FAPERGS de Iniciação Científica.

Referências

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Publicado

2014-06-04

Edição

Seção

Dossiê Justiça Restaurativa