Elza Soares

Da tradição à ruptura, uma tradução do ser contemporâneo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/2526-8848.2020.2.36431

Palavras-chave:

samba, Biopolítica, Elza Soares, Políticas identitárias, Música brasileira

Resumo

O samba a partir da década de 1910 conseguiu vencer a biopolítica racialista do governo brasileiro, pois, sem ter qualquer compaixão pela população mais pobre e negra após à abolição da escravatura, ainda incentivou a política imigratória. O samba, cunhado essencialmente por negros, conseguiu se tornar patrimônio nacional. Por outro lado, todo artista negro da nossa música, sobretudo a mulher, já era posto no escaninho do samba pelos produtores. Elza Soares se tornou uma grande sambista, mas não queria apenas este posto. Ao longo da vida, tentou se reinventar algumas vezes, até que finalmente, aos 85 anos, alcança o sucesso sem este rótulo. Mostrou ser a perfeita tradução do “ser contemporâneo”, ressignificando também seu discurso, virando também ativista para chegar a um público jovem que a tem como uma deusa negra, feminista e pró-LGBTQ+.

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Biografia do Autor

Rodrigo Faour Teixeira, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade do Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), no Rio de Janeiro, RJ, Brasil; graduado em Jornalismo pela mesma instituição.

Referências

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DEUS há de ser. Intérprete: Elza Soares. Compositor: Pedro Luís. In: DEUS é mulher. Intérprete: Elza Soares. [S. I.]: Deck Disc, 2018. 1 CD, faixa 11.

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Publicado

2020-12-31

Edição

Seção

Temathis (Dossiê temático)