TY - JOUR AU - Chaves, Antônio Barbosa AU - Moura, Alexandre Sampaio AU - Faria, Rosa Malena Delbone de AU - Ribeiro, Ligia Cayres PY - 2022/03/07 Y2 - 2024/03/29 TI - O uso da reflexão deliberada para reduzir o viés de confirmação em residentes de ortopedia JF - Scientia Medica JA - Sci Med VL - 32 IS - 1 SE - Educação em Ciências da Saúde DO - 10.15448/1980-6108.2022.1.42216 UR - https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/scientiamedica/article/view/42216 SP - e42216 AB - <p><strong>Introdução: </strong>os vieses cognitivos podem afetar tanto os processos de tomada de decisão como o raciocínio clínico e o viés de confirmação está entre os mais importantes. O uso de estratégias que estimulem a reflexão deliberada durante o processo diagnóstico parece reduzir o viés de disponibilidade, mas seu efeito na redução do viés de confirmação precisa ser avaliado.<br><strong>Objetivos:</strong> examinar se a reflexão deliberada reduz o viés de confirmação e aumenta a acurácia do diagnóstico de residentes de ortopedia ao resolverem casos clínicos escritos.<br><strong>Métodos:</strong> estudo experimental comparando a acurácia diagnóstica de residentes de ortopedia na resolução de oito casos clínicos escritos contendo um diagnóstico de encaminhamento. Metade dos casos escritos tinha um diagnóstico de encaminhamento errado. Um grupo de residentes utilizou a reflexão deliberada (GR), que estimula a comparação e o contraste de hipóteses clínicas de maneira sistemática, e um grupo controle (GC) foi solicitado a fornecer diagnósticos diferenciais sem maiores instruções. O estudo incluiu 55 residentes de ortopedia do terceiro ano, 27 alocados no GR e 28 no GC.<br><strong>Resultados:</strong> residentes no GR tiveram escores diagnósticos mais altos do que o GC para casos clínicos com um diagnóstico de encaminhamento correto (62,0±20,1 vs. 49,1±21,0 respectivamente; p = 0,021). Para os casos clínicos com diagnóstico de encaminhamento incorreto, a acurácia diagnóstica foi semelhante entre os residentes do GR e os do GC (39,8±24,3 vs. 44,6±26,7 respectivamente; p = 0,662). Observamos viés geral de confirmação em 26,3% dos diagnósticos iniciais (fase não analítica) e 19,5% dos diagnósticos finais (fase analítica) na resolução de casos clínicos com diagnóstico de encaminhamento incorreto. Os residentes do GR mostraram uma redução na confirmação do diagnóstico de encaminhamento incorreto ao comparar o diagnóstico inicial dado na fase não analítica com aquele fornecido como diagnóstico final (25,9±17,7 vs. 17,6±18,1, respectivamente; Cohen d: 0,46; p = 0,003). No GC, a redução na confirmação do diagnóstico incorreto não foi estatisticamente significativa.<br><strong>Conclusões:</strong> o viés de confirmação esteve presente quando os residentes resolveram casos clínicos escritos com diagnósticos de encaminhamento incorretos e a reflexão deliberada reduziu esse viés. Apesar da redução do viés de confirmação, a acurácia diagnóstica dos residentes do GR foi semelhante à do GC na solução do conjunto de casos clínicos com diagnóstico de encaminhamento incorreto.<br></p> ER -