Anemia falciforme e as consequências nas funções executivas

Avaliação em crianças de 6-11 anos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2021.2.35786

Palavras-chave:

Memória, Testes Neuropsicológicos, Neuropsicologia

Resumo

A anemia falciforme (AF) é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um problema global de saúde pública, sendo a mais comum dentre as doenças hereditárias no Brasil. O objetivo principal desta pesquisa é investigar o desempenho das funções executivas em crianças com anemia falciforme residentes na região Nordeste do país. Participaram 134 crianças, na faixa etária de 6-11 anos, sendo 60 do grupo clínico e 74 do grupo não clínico. Os instrumentos utilizados foram FDT – Teste dos Cinco Dígitos; Teste de Trilhas; Torre de Londres e subteste Dígitos. Os dados foram analisados pelo U de Mann-Whitney indicando diferenças estatísticas (p<0,05) entre os grupos em todos os instrumentos utilizados, exceto no Torre de Londres. Propõe-se que estudos futuros com crianças portadoras de AF detenham-se na intervenção cognitiva de funções afetadas abrangendo pré-escolares e estudantes do ensino fundamental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Janaina Gaia Ribeiro Dias, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil.

Mestra em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, PE, Brasil; doutoranda em Psicologia Cognitiva pela UFPE, em Recife, PE, Brasil; e professora da Universidade Estácio de Sá, em Maceió, AL, Brasil.

Renata Maria Toscano Barreto Lyra Nogueira, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil

Doutora em Neurociências e Comportamento pela Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo, SP, Brasil; professora Adjunta I na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, PE, Brasil.

Germano Gabriel Lima Esteves, Universidade de Rio Verde (UniRV), Rio Verde, GO, Brasil.

Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Alagoas, em Maceió, AL, Brasil; Doutorando em Psicologia Social do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília (PSTO- UnB), em Brasília, DF, Brasil; professor adjunto II da Universidade de Rio Verde (UniRV), em Rio Verde, GO, Brasil.

Referências

Andrade, M., Carvalho, M., Alves, R., & Ciasca, S. (2016). Desempenho de escolares em testes de atenção e funções executivas: estudo comparativo. Revista Psicopedagogia, 33(101), 123-132. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862016000200002

Arduini, G., Rodrigues L., & Marqui, A. (2017). Mortality by sickle cell disease in Brazil. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., 39(1), 52-56. http://dx.doi.org/10.1016/j.bjhh.2016.09.008

Argollo, N., & Leite, W. (2010). Psiquiatria e Neurologia infantil. Parte IV: Contribuições da Avaliação para Contextos Específicos. In Malloy-Diniz, L., Fuentes, D., Mattos, P., & Abreu, N. Avaliação Neuropsicológica (pp. 274-279). Artmed.

Armstrong, D., Elkin, T., Brown, R., Glass, P., Rana, S., Casella, J., Kalpatthi, R., Pavlakis, S., Mi, Z., & Wang, W. (2013) Developmental function in toddlers with sickle cell anemia. Pediatrics, 131(2), 406-14. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2012-0283

Bastos, J., Cecato, A., Martins, M., Grecca, K., & Pierini, R. (2016) The prevalence of developmental dyscalculia in Brazilian public school system. Arquivos de Neuro-psiquiatria, 74(3), 201-206. http://dx.doi.org/10.1590/0004-282X20150212

Berg, C., Edwards, D., & King, A. (2012). Executive function performance on the children ́s kitchen task assessment with children with sickle cell disease and matched controls. Child Neuropsychology, 18(5), 432-48. http://dx.doi.org/10.1080/09297049.2011.613813

Bierman, K., & Torres, M. (2016). Promoting the development of executive functions through early education and prevention programs. In Griffin, J., Mccardle, P., & Freund, L. (Eds.), Executive function in preschool-age children: Integrating measurement, neurodevelopment, and translational research (pp. 299-326). American Psychological Association.

Burkhardt, L., Lobitz, S., Koustenis, E., & Rueckriegel, S. (2016). Cognitive and Fine Motor Deficits in a Pediatric Sickle Cell Disease Cohort of Mainly Middle Eastern Origin. Neuropediatrics, 47(1), 2-9. http://dx.doi.org/10.1055/s-0036-1583635

Cancio, M., Helton, K., Schreiber, J., Smeltzer, M., Kang, G., & Wang, W. (2015). Silent cerebral infarcts in very young children with sickle cell anaemia are associated with a higher risk of stroke. British Journal of Haematology, 171(1), 120-129. http://dx.doi.org/10.1111/bjh.13525.

Coelho, D., Lima, R., Ims, R., Fonseca, G., & Ciasca, S. (2014). Desempenho de estudantes em instrumentos de atenção e funções executivas: análise de efeito da idade. Revista Sul-Americana de Psicologia, 2(2), 214-239. https://www.researchgate.net/publication/269928707_desempenho_de_estudantes_em_instrumentos_de_atencao_e_funcoes_executivas_analise_do_efeito_da_idade_performance_of_students_in_attention_and_executive_functions_instruments_analysis_of_age_effect

Corso, L., & Dorneles, B. (2014). A velocidade de processamento e as dificuldades de aprendizagem na aritmética. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 14(3), 949-966. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=451844509014

Cypel, S. (2016). Funções executivas: seu processo de estruturação e a participação no processo de aprendizagem. In Rotta, N., Ohlweiler, L., & Riesgo, R. (Orgs.), Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar (pp. 392-408). Artmed.

Debaun, M., & Kirkham, F. (2016). Central nervous system complications and management in sickle cell disease. Blood, 127(78), 829-838. http://dx.doi.org/10.1182/blood-2015-09-618579

Deotto, A., Westmacott, R., Fuentes, M., deVeber, G., & Desrocher, M. (2018). Does stroke impair academic achievement in children? The role of metacognition in math and spelling outcomes following pediatric stroke. Journal of Clinical and Experimental Neuropsychology, 41(3), 257-269. http://dx.doi.org/https://doi.org/10.1080/13803395.2018.1533528

Diamond, A. (2016). Why improving and assessing executive functions early in life is critical. In Griffin, J., Mccardle, P., & Freund, L. (Eds)., Executive function in preschool-age children: Integrating measurement, neurodevelopment, and translational research (pp. 11-43).

American Psychological Association Diamond, A., & Lee, K. (2011). Interventions shown to Aid Executive Function Development in Children 4-12 Years Old. Science, 19(333), 959-964. http://dx.doi.org/10.1126/science.1204529

Dias, N., & Seabra, A. (2014). The FAS fluency test in Brazilian children and teenagers: executive demands and the effects of age and gender. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 72(1), 55-62. http://dx.doi.org/10.1590/0004-282X20130213

Downes, M., Kirkham, F., Telfer, P., & Haan, M. (2018). Assessment of Executive Functions in Preschool Children With Sickle Cell Anemia. Journal of the International Neuropsychological Society, 24(9), 949-954. https://doi.org/10.1017/S1355617718000255

Gold, J., Johnson, C., Treadwell, M., Hans, N., & Vichinsky, E. (2008). Detection and assessment of stroke in patients with sickle cell disease: neuropsychological functioning and magnetic resonance imaging. Pedriatic Hematology and Oncology, 25(5). http://dx.doi.org/10.1080/08880010802107497

Hijmans, C., Fijnvandraat, K., Grootenhuis, M., Geloven, N., Heijboer, H., Peters, M., & Oosterlaan, J. (2011). Neurocognitive deficits in children with sickle cell disease: a comprehensive profile. Pediatric Blood & Cancer, 56(5), 783-788. http://dx.doi.org/10.1002/pbc.22879

King A., Strouse, J., Rodeghier, M., Compas, B., Casella, J., McKinstry, R., Noetzel, M., Quinn, C., Ichord, R., Dowling, M., Miller, J., & DeBaun, M. (2014). Parent education and biologic factors influence on cognition in sickle cell anemia. American Journal of Hematology, 89(2), 162-167. http://dx.doi.org/10.1002/ajh.23604.

Land, V., Hijmans, C., Ruiter, M., Mutsaerts, H., Cnossen, M., Engelen, M., Majoie, C., Nederveen, A., Grootenhuis, M., & Fijnvandraat, K. (2015). Volume of white matter hyperintensities is an independent predictor of intelligence quotient and processing speed in children with sickle cell disease. British Journal of Haematology, 168, 553-556. http://dx.doi.org/10.1111/bjh.13179

Lima, R., Travaini, P., & Ciasca, S. (2009). Amostra de desempenho de estudantes do ensino fundamental em testes de atenção e funções executivas. Revista Psicopedagogia, 26(80), 188-199. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862009000200004

Lira, A., Gomes, J., & Cordeiro, R. (2015). Mulheres com DF: preconceito e trabalho adequado. Brasil. Doença falciforme: atenção integral à saúde das mulheres (pp. 14-20). Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_falciforme_atencao_integral_saude_mulher.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_falciforme_atencao_integral_saude_mulher.pdf

Noll, R., Stith, L., Gartstein, M., Ris, M., Grueneich, R., Vannatta, K., & Kalinyak, K. (2001). Neuropsychological Functioning of Youths With Sickle Cell Disease: Comparison With Non-Chronically Ill Peers. Journal of Pediatric Psychology, 26(2), 69-78. http://dx.doi.org/10.1093/jpepsy/26.2.69

Nunest, S., Miranda, D., Reis, A., Gramacho, A., Lucena, R., & Argollo, N. (2010). Complicações neurológicas em anemia falciforme: avaliação neuropsicológica do desenvolvimento com o NEPSY. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 32(2), 181-185. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-84842010005000044

Pawlowski, J., Remor, E., Salles, J., Parente, M., Fonseca, R., & Bandeira, D. (2014). Evidência de validade de construto do NEUPSILIN utilizando análise fatorial confirmatória. Actualidades en Psicología, 28(117), 37-52. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=133232675007

Routhieaux, J., Sarcone, S., & Stegenga, K. (2005). Neurocognitive sequelae of sickle cell disease: current issues and future directions. Journal of Pediatric Oncology Nursing, 22(3), 160-167. http://dx.doi.org/10.1177/1043454205275408

Schatz, J., Finke, R., Kellett, J., & Kramer, J. (2002). Cognitive Functioning in Children With Sickle Cell Disease: A Meta-Analysis. Journal of Pediatric Psychology, 27(8), 739-748. http://dx.doi.org/10.1093/jpepsy/27.8.739

Siqueira, C., & Gurgel-Giannetti, J. (2011). Mau desempenho escolar: uma visão atual. Revista da Associação Médica Brasileira, 57(1), 78-87. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302011000100021

Downloads

Publicado

2021-07-15

Como Citar

Gaia Ribeiro Dias, J., Toscano Barreto Lyra Nogueira, R. M., & Lima Esteves, G. G. (2021). Anemia falciforme e as consequências nas funções executivas: Avaliação em crianças de 6-11 anos. Psico, 52(2), e35786. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2021.2.35786

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)