Os sentidos da festa: Mário Melo e as escolas de samba no carnaval recifense (1955-1956)

Autores

  • Augusto Neves Silva Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.15448/2178-3748.2016.1.19982

Palavras-chave:

Mario Melo - Escolas de Samba - Intelectuais - Historia do Recife - Cultura Popular

Resumo

o presente artigo tem por objetivo analisar quais os motivos que levaram alguns membros da intelectualidade pernambucana a criticar a presença das escolas de samba no carnaval do Recife. Por que para alguns intelectuais o samba não poderia co-existir em meio a outras práticas culturais da folia recifense? Qual o sentido de tradição que estavam defendendo para aqueles dias de momo? O que estava em jogo para que o samba fosse condenado? Dentro desse processo elegi os escritos do jornalista Mário Melo, por ser ele uma das principais vozes deste cenário. Dar visibilidade a estes conflitos é procurar compreender naqueles "alegres" dias de momo não um campo de consenso harmônico, mas um meio de efetivação de disputas e embates entre diferentes práticas e tradições a serem legitimadas. 

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Biografia do Autor

Augusto Neves Silva, Universidade Federal Fluminense

Licenciado (2007), Bacharel (2009) e Mestre (2011) em História pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é doutorando em História pela Universidade Federal Fluminense. Trabalha com temas relacionados ao estudo do carnaval, festas, escolas de samba, intelectuais, identidade, cultura popular, Cultura Negra, Teoria e metodologia da História e Patrimônio Cultural.

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Publicado

2016-06-29

Como Citar

Silva, A. N. (2016). Os sentidos da festa: Mário Melo e as escolas de samba no carnaval recifense (1955-1956). Oficina Do Historiador, 9(1), 265–284. https://doi.org/10.15448/2178-3748.2016.1.19982