TY - JOUR AU - Vivian, Ilse M. R. PY - 2021/11/09 Y2 - 2024/03/28 TI - O desterro de ser daqui: Exílio, resistência e decolonialidade na Literatura Brasileira Contemporânea JF - Letrônica JA - Letronica VL - 14 IS - 3 SE - Identidade e subalternidade: exploração, exclusão e contextos diaspóricos DO - 10.15448/1984-4301.2021.3.39189 UR - https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/letronica/article/view/39189 SP - e39189 AB - <p>A narrativa literária brasileira tem apresentado, especialmente nas últimas três décadas, discursos que dialogam com noções do amplo movimento de epistemologias decoloniais da América Latina, principalmente no que tange à (re/des)construção de estéticas orientadas pela hegemonia cultural europeia e à subversão da noção de experiência concebida pela Modernidade. Esses pressupostos guiam o presente estudo, que se dedica à leitura dos romances <em>Becos da memória</em> (2006), de Conceição Evaristo, e <em>Com armas sonolentas</em> (2018), de Carola Saavedra. Da perspectiva das protagonistas, mulheres que se enunciam a partir das subjetividades fronteiriças e se compõem pela vivência e saberes locais, emanam dessas narrativas vozes que, impregnadas pela experiência da violência e do exílio, esse entendido conforme as ressignificações de Said (2003), reinventam as próprias identidades com base na noção de coletividade, confrontando, por essa via, as estruturas hegemônicas e centralizadoras das políticas globalizantes. Além de constituírem severas críticas à retórica excludente da Modernidade, quando problematizam a relação eu/outro e o lugar de fala reservado ao homem branco, esses romances evocam as origens e a ancestralidade, questionando a cadeia de processos que estabelece os lugares de poder cultural e suas forjadas hierarquias.</p> ER -