A alternativa fundacionista de Bonjour
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4012.2015.2.18516Palavras-chave:
Fundacionismo. BonJour. Dilema de Sellars. Regresso epistêmico.Resumo
O objetivo deste trabalho é avaliar a solução fundacionista proposta por Laurence BonJour para o problema do regresso epistêmico. De acordo com BonJour, a consciência não aperceptiva constitutiva do conteúdo de um estado consciente atual justificaria uma crença aperceptiva acerca desse estado mental. Essa consciência, no que se refere a percepções sensoriais, cumpriria o papel de elemento básico do conhecimento exigido pelos fundacionistas para a solução do problema do regresso epistêmico. A avaliação dessa concepção é particularmente interessante porque BonJour endossou por muito tempo a crítica sellarsiana ao fundacionismo, e nos textos aqui analisados pretende defender uma forma de fundacionismo imune às críticas de Sellars. Neste trabalho, argumento que a solução fundacionista proposta por BonJour não alcança seu objetivo. Nossa análise (1) avalia se a descrição de BonJour do que é entreter uma crença ocorrente é adequada fenomenologicamente, (2) analisa em que sentido é possível comparar um conteúdo sem forma proposicional – como o de uma experiência sensorial – e um conteúdo proposicional da crença aperceptiva que a descreve e (3) avalia se a cognição do ajuste da descrição proposicional de um conteúdo sensorial não implica uma crença contingente de que tal é o caso, o que demandaria por sua vez uma justificação, impedindo uma interrupção fundacionista do regresso epistêmico.
Downloads
Referências
BERGMANN, M. “BonJour’s dilemma”. Philosophical Studies, v. 131, 2006. pp. 679-693.
BONJOUR, L.The structure of empirical knowledge. Cambridge: Harvard University Press. 1985.
_________. “A dialética do fundacionalismo e coerentismo”. In: GRECO, J. & SOSA, E. (Orgs.). Compêndio de epistemologia. São Paulo: Loyola, 2008. pp. 191-229.
_________. “The dialectic of foundationalism and coherentism”. In: GRECO, J. &SOSA, E. (Eds.). The Blackwell guide to epistemology. Malden: Blackwell, 1999a. pp. 117-142.
_________.“Foundationalism and the external world”. Philosophical Perspectives, v. 13, 1999b. pp. 229-249,
_________.“Toward a defense of empirical foundationalism”. In: De PAUL, M. (Ed.). Resurrecting old-fashioned foundationalism. Oxford: Rowman & Littlefield, 2001. pp. 21- 38.
_________. “Replies”. Philosophical Studies, v. 131, 2006. pp. 743-759.
BONJOUR, L. & SOSA, E. Epistemic justification: internalism vs. externalism, foundations vs. virtues. Malden: Blackwell Publishers. 2003.
BRANDOM, R.Making it explicit.Cambridge, Mass.: Harvard University Press. 1994.
DAVIDSON, D. “A Coherence theory of truth and knowledge”. In: LEPORE, E. (Ed.). Truth and interpretation: perspectives on the philosophy of Donald Davidson. Oxford: Blackwell, 1986. pp. 307-19.
ETCHEVERRY, K. “O fundacionismo internalista de BonJour e seus críticos”. Kínesis, v. 5, 2011. pp. 298-308.
ICHIKAWA, J. & STEUP, M. “The analysis of knowledge”. In: ZALTA, E. (Ed.). The Stanford encyclopedia of philosophy (Fall 2013 edition).2012. Disponível em: <http://plato.stanford.edu/archives/fall2013/entries/knowledge-analysis/>. Acesso em: 20 jan. 2014.
KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. Trad. por Beatriz V. Boeira e Nelson Boeira. São Paulo: Perspectiva, 1982. Original publicado em 1962.
McDOWELL, J.Mente e mundo. Trad. Por João V. G. Cuter. São Paulo: Ideias & Letras, 2005. Original publicado em 1994.
ROSENTHAL, D. “Two concepts of consciuousness”. Philosophical studies. vol. 94. 1986. pp. 329-59.
RORTY, R. Philosophy and the mirror of nature. Princeton: Princeton University Press.1979.
SELLARS, W. Empirismo e filosofia da mente. Trad. por Sofia A. Stein. Petrópolis: Vozes, 2008. Original publicado em 1956.
_________.“The structure of knowledge”. In: CASTAÑEDA, H. (Ed.). Action, knowledge, and reality. Indianapolis: Boobs-Merrill, 1975. pp. 295-347.
SCHLICK, M. “Facts and propositions”. Analysis, v. 2, 1934-35. pp. 65-70.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Intuitio implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Intuitio como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.