Comparação entre a demanda cardiopulmonar na caminhada e na corrida durante a velocidade de transição

Resumo

Objetivo: Verificar se, em velocidade constante, o gesto motor da corrida exige maior demanda cardiopulmonar do que o da marcha. Metodologia: Foram estudados oito jovens, cinco homens e três mulheres (idade = 20,3 ± 1,2 anos; peso = 66,1 ± 13,4 kg; altura = 172,5 ± 13,8 cm; IMC = 22,1 ± 2,3). Os indivíduos caminharam o mais rápido possível numa esteira ergométrica, sem inclinação, sendo que a velocidade foi continuamente aumentada. A velocidade que antecedeu o início da corrida foi considerada como a máxima velocidade de caminhada (VMC). A velocidade de transição (VT) foi definida como 80% da VMC (VT = 121,7±10,6 m/min). Em VT os voluntários caminharam por 4 minutos e depois, na mesma velocidade, iniciaram a corrida, por mais 4min. O VO2 (consumo de oxigênio) foi analisado e registrado. Os valores obtidos foram comparados pelo teste t pareado de Student. Resultados: Observamos que o VO2 foi 6,7% maior (p<0,02) durante a corrida. Por outro lado, as variações na ventilação minuto (VE), produção de CO2 (VCO2) e a frequência cardíaca (FC) não foram significativas (VO2 = 26,6±4 x 28,4±2,8 ml.Kg-1.min-1;VE = 53±17,3 x 54,1±10,5 l/min; VCO2 = 26,4±5,4 x 27,1±3,8 ml.Kg-1.min-1; FC = 154±14 x 162±15 bpm; caminhada x corrida respectivamente). Conclusão: O pequeno aumento no VO2 induzido pela corrida indica que o consumo de oxigênio depende mais da velocidade do que do gesto, e, portanto, a demanda cardiopulmonar em VT é praticamente a mesma durante a caminhada e a corrida.