Serviço Social e a intervenção com famílias
Contribuições para uma concepção crítica e interseccional na garantia de direitos
DOI:
https://doi.org/10.15448/1677-9509.2020.2.36834Palavras-chave:
Direitos, Intervenção, Família, Forma-trabalho, Serviço SocialResumo
O presente artigo tem por objetivo debater possíveis caminhos para uma intervenção com famílias para além das demandas institucionais sob à luz dos Fundamentos Histórico Teórico e Metodológicos do Serviço Social bem como do projeto ético-político da profissão. O estudo se propõe, no seu núcleo reflexivo, percorrer os caminhos teórico-metodológicos sobre a categoria família, apreendendo-a para além do senso comum e das reproduções de costumes e moralidades do cotidiano. Busca dar ênfase na reflexão sobre a construção sócio histórica dos direitos e da concepção normativa e teórica da família e a articulação destes processos com a construção da própria identidade profissional e de sua dimensão técnica-operativa. A partir de uma pesquisa bibliográfica e documental, o presente artigo direciona apontamentos para uma teoria crítica e interseccional de análise da categoria família enquanto forma-trabalho (JACQUES, 2017), buscando estabelecer para além da lógica do julgamento e do ajustamento, fruto dos resquícios do Serviço Social de Caso e do ecletismo na apropriação epistemológica em que o tema era tratado nas nossas intervenções.
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