Diversidade corporal e perícia médica: novos contornos da deficiência para o Benefício de Prestação Continuada

Autores

  • Lívia Barbosa Universidade de Brasília - UnB
  • Debora Diniz Universidade de Brasília - UnB
  • Wederson Santos Universidade de Brasília - UnB

Resumo

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é a principal política de transferência de renda para a população deficiente no Brasil. Para acessar o benefício, os deficientes devem comprovar a pobreza e se submeter a uma perícia médica que atesta os impedimentos corporais. Este artigo analisa os conceitos de deficiência utilizados pelos médicos peritos responsáveis pela avaliação e seleção dos beneficiários do BPC. Foi aplicado um questionário estruturado, autoministrado, para 448 médicos peritos. O questionário simula situações de candidatos ao BPC e solicita que o perito assinale sua postura em cada uma das situações relacionadas. Os resultados mostram que os modelos médico e social da deficiência disputam a autoridade discursiva sobre a deficiência no momento da perícia. Há situações em que o modelo biomédico é hegemônico, situações de alternância entre os dois modelos e situações em que os modelos se tensionam. O estudo revela que a compreensão da deficiência como uma questão de justiça social conquistou novos espaços, mesmo aqueles tradicionalmente dominados pelo modelo biomédico, como o contexto da perícia médica.

Palavras-chave – deficiência, modelo social, modelo biomédico, Benefício de Prestação Continuada, justiça social.

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Publicado

2009-12-23

Como Citar

Barbosa, L., Diniz, D., & Santos, W. (2009). Diversidade corporal e perícia médica: novos contornos da deficiência para o Benefício de Prestação Continuada. Textos & Contextos (Porto Alegre), 8(2), 377–390. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/fass/article/view/6351

Edição

Seção

Deficiência, políticas sociais e direitos humanos