As condições das classes trabalhadoras nas circunstâncias da crise e restauração no Brasil atual

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1677-9509.2019.1.30889

Palavras-chave:

Crise econômica. Exploração. Pauperização. Expropriação. Luta de classes.

Resumo

O presente texto objetiva analisar a situação de classe do/as trabalhadores/as forjada pela crise e a reação burguesa no Brasil. Em especial, busca avançar na caracterização da conjuntura mais recente, circunscrita pelos aspectos econômicos e a ofensiva restauradora alcançados no último biênio (2016-2017). O estudo está embasado em dados estatísticos, relatórios e levantamentos econômicos, sociais e políticos divulgados por diversas agências: organismos internacionais, organizações e movimentos políticos e meios de comunicação. Aponta para processos combinados de acirramento das condições degradantes de vida das classes trabalhadoras, como: exploração, expropriação, pauperização, repressão e despolitização. Por fim, conclui que tal quadro eleva as pressões para um inconformismo e uma inquietação social, resultando em uma tendência de agudização da luta de classes no País.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adilson Aquino Silveira Júnior, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE

Mestre e Doutor em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil. Professor do Curso de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil.

Referências

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS AUDITORES FISCAIS DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Análise da Seguridade Social 2015. Brasília, DF: ANFIP, 2016.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS AUDITORES FISCAIS DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL; DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS. Previdência: reformar para excluir? Contribuição técnica ao debate sobre a reforma da previdência social brasileira. Brasília, DF: ANFIP; DIEESE, 2017.

ARTIGO 19 (org.). As ruas sob ataque: protestos 2014 e 2015. Setembro de 2015. Disponível em: http://artigo19.org/blog/2015/09/10/relatorio-aponta-que-estado-brasileiro-segue-com-postura-repressiva-a-manifestacoes-de-rua/. Acesso em 9 abr. 2018.

BRASIL. Declaração Ministerial“ Um chamado urgente para uma ação decisiva sobre a água”. Brasília, mar. 2018. Disponível em: http://www.worldwaterforum8.org/pt-br/news/declara%C3%A7%C3%A3o-ministerial-busca-a%C3%A7%C3%A3odecisiva-sobre-%C3%A1gua. Acesso em: 20 abr. 2018.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE MUNICIPIOS (CNM). Redução no orçamento da Assistência Social compromete futuro do Suas. 2. ed.: (Estudo técnico). Brasília, janeiro de 2018. Disponível em: http://www.cnm.org.br/biblioteca/exibe/3292. Acesso em 20 abr. 2018.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS. Indicadores Industriais, ano 17, n. 8, ago. 2015.

CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES (CUT). Terceirização e desenvolvimento, uma conta que não fecha: dossiê acerca do impacto da Terceirização sobre os trabalhadores e propostas para garantir a igualdade de direitos. Secretaria Nacional de Relações de Trabalho e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos. São Paulo: CUT, 2014.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Previsão de recuperação não inspira otimismo. Boletim de Conjuntura, n. 13, fev. 2018. Disponível em: https://www.dieese.org.br/boletimdeconjuntura/2018/boletimConjuntura013.html. Acesso em 20 abr. 2018.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). PEC nº 241/2016: o novo regime fiscal e seus possíveis impactos. Nota Técnica n° 161, set. 2016.

FONTES, Virgínia. Capitalismo em tempos de uberização: do emprego ao trabalho. Marx e o Marxismo – Revista do NIEPMarx, [s. l.], v. 5, n. 8, p. 45-67, jul. 2017.

SOROPOSITIVIDADE, COMUNICAÇÃO E GÊNERO (GESTOS); INSTITUTO DEMOCRACIA E SUSTENTABILIDADE (IDS) (org.). Relatório Luz da agenda 2030 de desenvolvimento sustentável: síntese. [S. l.]: GESTOS; IDS, 2017. Disponível em: http://actionaid.org.br/wp-content/files_mf/1499785232Relatorio_sintese_v2_23jun.pdf. Acesso em 20 abr. 2018.

GONÇALVES, R. Governo Lula e o nacional-desenvolvimentismo às avessas. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, [s. l.], v. 31, 2012a. p. 5-30.

GONÇALVES, R. Redução da desigualdade da renda no governo Lula: análise comparativa. In: SALVADOR, Evilásio; B.EHRING, E.; BOSCHETTI, I.; GRANEMANN, S. (org.). Financeirização, Fundo Público e Política Social. São Paulo: Cortez, 2012b. p. 13-30.

HOBSBAWN, E. J. Era dos Extremos: o breve século XX. Trad. Marcos Santarrita. 9. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Síntese dos Indicadores de 2009. Rio de Janeiro: IBGE; 2010.

ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (INESC); OXFAM BRASI; CENTRO PARA OS DIREITOS ECONÔMICOS SOCIAIS (CESR). Direitos humanos em tempos de austeridade. (Relatório). 2017. dez. Disponível em: http://static.congressoemfoco.uol.com.br/2017/12/estudo_oxfam1.pdf. Acesso em: 20 abr. 2018.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Nota técnica nº 22: PNAD 2014: Breves análises. Brasília, dez.

Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/151230_nota_tecnica_pnad2014.pdf. Acesso em: 20 abr. 2018.

KREIN, J.; GIMENES, D. M.; SANTOS, A. L. dos. Dimensões críticas da reforma trabalhista no Brasil. Campinas: Curt Nimuendajú, 2018.

LUCE, M. S. A superexploração da força de trabalho no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, São Paulo, n. 32, p. 119-141, jun. 2012.

LUCE, M. S. Brasil: nova classe média ou novas formas de superexploração da classe trabalhadora? Trabalho, Educação e Saúde, vol. 11, n. 1, abr., p.169-190, 2013. https://doi.org/10.1590/S1981-77462013000100010

MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro I: o processo de produção do capital. Trad. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.

MEDEIROS, M.; SOUZA, P. G. F. A estabilidade da desigualdade no Brasil entre 2006 e 2012: resultados adicionais. Rio de Janeiro, fev. 2016. (Texto para discussão, IPEA, 2170).

MÉSZÁROS, I. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição. Trad. Paulo Cezar Castanheira e Sergio Lessa. São Paulo: Boitempo, 2002.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Human Development Report 2016: Human Development for Everyone. PNUD: New York, 2016. Disponível em: http://www.br.undp.org/content/dam/brazil/docs/RelatoriosDesenvolvimento/undp-br-2016-human-development-report-2017.pdf. Acesso em: 20 abr. 2018.

SALVADOR, E. da S. O desmonte do financiamento da seguridade social em contexto de ajuste fiscal. Serviço Social & Sociedade, Porto Alegre, n. 130, p. 426-446, set./dez. 2017. https://doi.org/10.1590/0101-6628.117

SINGER, A. Quatro notas sobre as classes sociais nos dez anos do lulismo. Psicologia USP, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 7-14, abr. 2015. https://doi.org/10.1590/0103-6564D20140012

SKOUFIAS, E.; NAKAMURA, S.; MAYER, G. Salvaguardas contra a reversão dos ganhos sociais durante a crise econômica no Brasil Banco Mundial. [S. l.]: Banco Mundial, 2017. jan. Disponível em: http://documents.worldbank.org/curated/pt/469091487328690676/Safeguarding-against-a-reversal-in-social-gains-during-the-economic-crisis-in-Brazil. Acesso em: 20 abr. 2018. https://doi.org/10.1596/26095

SOUZA, J. M. A. de. Tendências ideológicas do conservadorismo. 2016. 304 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016.

Downloads

Publicado

2019-10-29

Como Citar

Júnior, A. A. S. (2019). As condições das classes trabalhadoras nas circunstâncias da crise e restauração no Brasil atual. Textos & Contextos (Porto Alegre), 18(1), 174–188. https://doi.org/10.15448/1677-9509.2019.1.30889

Edição

Seção

Crise, Desigualdades e Violências