Formando professores de Português como Língua Adicional (PLA) para a superdiversidade

Desafios

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7726.2020.4.38360

Palavras-chave:

Política linguística, Superdiversidade, Formação de professores de PLA

Resumo

Este artigo tem como objetivo refletir sobre as lacunas que precisam ser equacionadas no que tange à  institucionalização na área de Português como Língua Adicional (PLA) e sobre ações glotopolíticas nesse campo. Pretendemos discutir sobre alguns efeitos da ausência de documentos que orientam o ensino em salas de aula que refletem a realidade superdiversa em que estamos inseridos. Analisamos como o Exame Celpe-Bras - Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros - tem norteado políticas de ensino de PLA e, por fim, observamos os impactos dessa influência na formação de professores de PLA. Mobilizamos, para este estudo, os conceitos de superdiversidade; de saberes locais e saberes globais; de políticas linguísticas e ações glotopolíticas. Com base nesses conceitos, mostramos alguns dos saberes necessárias para o professor dar conta desses desafios que se impõem no trabalho hoje.  

Palavras-chave: Política linguística. Superdiversidade. Formação de professores de PLA.

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Biografia do Autor

Mariana de Camargo Bessa, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil

Doutoranda em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Graduada em Letras: Português e respectivas literaturas pela mesma instituição. Possui graduação em Letras com ênfase em Língua Inglesa e suas respectivas literaturas, também pela UFJF. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em português como Língua Estrangeira, com interesse em temas relacionados ao ensino de português para estrangeiros, formação docente, políticas linguísticas e em reflexões a respeito dos olhares para língua-cultura, identidades e saberes docentes.

Denise Barros Weiss, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil

Graduação em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1988), mestrado em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994) e doutorado em Letras pela Universidade Federal Fluminense (2007). Atualmente é professora associada da Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em português como Língua Estrangeira, com interesse especial nos seguintes temas: português como língua estrangeira, português como língua de herança. Atua na sala de aula de português para alunos estrangeiros e na formação de professores na área de Português para estrangeiros.

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Publicado

2020-12-31

Como Citar

Bessa, M. de C., & Weiss, D. B. (2020). Formando professores de Português como Língua Adicional (PLA) para a superdiversidade: Desafios. Letras De Hoje, 55(4), e38360. https://doi.org/10.15448/1984-7726.2020.4.38360

Edição

Seção

Dossiê: O ensino de Português como Língua Adicional (PLA)