O quixotismo como forma de existência

Autores

  • Eunice Prudenciano de Souza Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Capes

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7726.2017.2.26092

Palavras-chave:

Personagem, Ponciano de Azeredo, Quixotismo, Vitorino

Resumo

O comportamento inaugurado pela narrativa arquetípica de Miguel de Cervantes, Dom Quixote de la Mancha (1605/1615), ecoa em inúmeras narrativas modernas ocidentais. Dentre estas, podemos apontar as performances de dois protagonistas brasileiros: Vitorino, de Fogo Morto (1943), de José Lins do Rego, e Ponciano de Azeredo Furtado, de O coronel
e o lobisomem (1964), de José Cândido de Carvalho. O presente estudo parte da narrativa de Cervantes e, por meio dela, estabelece pontos de contato com os romances brasileiros, a fim de verificar em que medida os protagonistas brasileiros retomam o modo de agir – imortalizado sob a concepção de quixotismo – do herói cervantino.

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Biografia do Autor

Eunice Prudenciano de Souza, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Capes

Bolsista de Pós-Doutorado na UFMS/CPTL (2014-2019), onde atua como professora na graduação e no PPG-Letras Mestrado e Doutorado. Doutora (2010) e Mestre (2004) em Estudos Literários pela UNESP de Araraquara, onde se graduou em Letras em 2001. Trabalhou como professora de Língua Portuguesa e Literatura no Ensino Superior privado e no Ensino Fundamental e Médio de colégios públicos e privados. Atualmente é Sub-coordenadora do Grupo de Pesquisa Luiz Vilela, vinculado à UFMS, Campus de Três Lagoas. Parecerista de diversas revistas. Tem interesse nas seguintes áreas: Literaturas de Língua Portuguesa, Formação do Leitor Literário e Teorias do Conto.

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Publicado

2017-11-22

Como Citar

de Souza, E. P. (2017). O quixotismo como forma de existência. Letras De Hoje, 52(2), 224–233. https://doi.org/10.15448/1984-7726.2017.2.26092