Há um direito a privacidade e intimidade absolutos na ordem jurídica e política democráticas contemporânea, notadamente em face de informações que visem o combate à corrupção?

Autores

  • Rogério Gesta Leal UNISC

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7718.2014.2.17345

Palavras-chave:

Direito Fundamental Individual à Privacidade. Corrupção. Direito Fundamental Social à Segurança.

Resumo

A corrupção no Brasil e no mundo toma proporções estratosféricas hoje, causando danos em diversas áreas e segmentos sociais, notadamente nos Direitos Humanos e Fundamentais das pessoas mais pobres e com menores recursos de vida digna. Por outro lado, em face dos altos níveis de sofisticação, inteligência e organização sistêmica, os protagonistas destes cenários corruptivos muitas vezes logram êxito em suas ações, restando impunes em face dos déficits de ação preventiva e curativa dos poderes instituídos do Estado. Em face disto é que se deve perguntar se há um Direito Fundamental Individual à Privacidade absoluto a resguardar informações e dados pessoais em quaisquer circunstâncias.

Biografia do Autor

Rogério Gesta Leal, UNISC

Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Doutor em Direito. Prof. Titular da UNISC. Professor da UNOESC. Professor Visitante da Università Túlio Ascarelli – Roma Trè, Universidad de La Coruña – Espanha, e Universidad de Buenos Aires. Professor da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento da Magistratura – ENFAM. Membro da Rede de Direitos Fundamentais-REDIR, do Conselho Nacional de Justiça-CNJ, Brasília. Coordenador Científico do Núcleo de Pesquisa Judiciária, da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento da Magistratura – ENFAM, Brasília. Membro do Conselho Científico do Observatório da Justiça Brasileira. Coordenador da Rede de Observatórios do Direito à Verdade, Memória e Justiça nas Universidades brasileiras – Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Referências

ALEXY, Robert. A argumentação jurídica como discurso racional. In: TEIXEIRA, Anderson Vichinkeski.

______. A theory of legal argumentation: the theory of rational discourse as theory of legal justification. In: Ratio Juris. New York: Hammel, 2010. v. 37.

______. Os direitos fundamentais e a democracia no para-

digma procedimental do direito de Jürgen Habermas. In FRANKENBERG, Günter; MOREIRA, Luiz. Jürgen Habermas: 80 anos. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2009.

______. Teoria da argumentação jurídica: a teoria do discurso racional como teoria da justificação jurídica. São Paulo: Landy, 2001.

______. Teoría de los derechos fundamentales. Madrid: Centros de Estudios Constitucionales, 2000.

______. The construction of constitutional rights. In: Law & Ethics of Human Rights, Berkeley: Berkeley Electronic Press, v, 4, n. 1, article 2, 2010.

ANDRONICO, Alberto. Ermeneutica e Diritto da Wilhelm Dilthey ed Emilio Betti. In: Spicchi di Novecento, a cura di Bruno Montanari. Roma: Giappichelli, 2008.

AVÓLIO, Luiz Francisco Torquato. Provas ilícitas: interceptações telefônicas clandestinas. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2003.

BARBOSA, Álvaro Antônio do Cabo. Direito à própria imagem. Aspectos fundamentais. São Paulo: Saraiva, 1989.

BARROS, Suzana de Toledo. O princípio da proporcionalidade e o controle de constitucionalidade das leis restritivas de direitos fundamentais. Brasília: Brasília Jurídica, 2000.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Código penal comentado. São Paulo: Saraiva, 2010.

BÖCKENFÖRDE, Ernst-Wolfgang. Staat, Verfassung, Demokratie, 190. 1991.

CANARIS, Wilhelm Canaris. Pensamento sistemático e conceito de sistema na ciência do direito. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.

CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. São Paulo: Saraiva, 2008.

CARNAUBA, Maria Cecília Pontes. Prova ilícita. São Paulo: Saraiva, 2000.

CARVALHO, Márcia Haidée Porto de. A defesa da honra e o direito à informação. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2002.

CARVALHO, Orlando de. Para uma teoria geral da relação jurídica. Coimbra: Centelha, 1981.

CASTRO, Sandro. Il danno all’immagine. Roma: Giappichelli Editore, 2013.

CELANO, Bernardo. Dialettica della giustificazione pratica. Torino: Giappichelli, 2008

CHEQUER, Cláudio. A liberdade de expressão como direito fundamental preferencial prima facie. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2011.

FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Sigilo de dados: o direito à privacidade e os limites à função fiscalizadora do Estado.

FRANÇA, Rubens Limongi. Instituições de direito civil. São Paulo: Saraiva, 1999.

GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Direito à prova no processo penal. São Paulo: RT, 1997.

GOMES, Orlando. Introdução ao direito civil. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

GRIFFIN, Stephen. American Constitutionalism: from theory to politics. Princeton: Princeton University Press, 1996.

GRINOVEER, Ada Pellegrini. Liberdades públicas e processo penal: as interceptações telefônicas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1982.

GRINOVER, Ada Pellegrine; FERNANDES, Antonio Scaranze; GOMES FILHO, Antonio Magalhães. As nulidades no processo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.

GUASTINI, Ricardo. Le fonti del diritto e l’interpretazione. Milano: Giuffrè, 1993.

HABERMAS, Jürgen. Between Facts and Norms: contributions to a discourse theory of law and democracy. William Rehg trans, Polity Press, 1996.

JESTAEDT, Matthias. Die Abwägungslehre – ihre Stärken und ihre Schwächen. In: Staat im Wort: Festschrift für Josef Isensee 253, 260, 262-63, 275 (Otto Depenheuer, Markus Heintzen, Matthias Jestaedt, & Peter Axer eds., 2007).

JESUS, Damásio. E. de. Direito penal: parte especial: dos crimes contra a pessoa. Dos crimes contra o patrimônio. São Paulo: Saraiva, 2006.

KLEMENT, Jan Henrik. Vom Nutzen einer Theorie. Die alles erklärt, 63. Juristenzeitung 756, 760 (2008).

LEAL, Rogério Gesta. A decisão judicial: elementos teórico-constitutivos à efetivação pragmática dos Direitos Fundamentais. Chapecó: UNOESC, 2012.

______. O Estado-Juiz na democracia contemporânea: uma perspectiva procedimentalista. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.

LEEBAW, Bronwyn. Judging State-sponsored violence, imagining political change. New York: Cambridge University Press, 2012.

LUÑO, Antonio Henrique Pérez. Derechos humanos, estado de serecho y constitución. Madrid: Tecnos, 1999.

MANIACI, Giorgio. Note sulla teoria del bilanciamento di Robert Alexy. In: Rivista Diritto & Questioni Pubbliche, Palermo: Università degli Studi di Palermo, v. 2. ago. 2002.

MENGONI, Luiggi. Ermeneutica e dogmatica giuridica. Milano: Giuffrè, 2006.

OLIVEIRA, Elton Somensi de Oliveira. (Orgs.). Correntes contemporâneas do pensamento jurídico. São Paulo: Manole, 2010.

PACE, Alessandro. Metodi interpretativi e costituzionalismo. Quaderni Costituzionali, Rivista Italiana di Diritto Costituzionale, n. 1, aprile 2001. ISSN: 0392-6664.

PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de direito privado. Direito de personalidade. Direito de família. Rio de Janeiro: Borsoi, 1955.

POSCHER, Ralf. Einsichten, Irrtümer und Selbstmißverständnisse der Prinzipientheorie. In: Die Prinzipientheorie der Grundrechte: studien zur grundrechtstheorie Robert Alexys. 59, 65, 70 (Jan-R. Sieckmann ed., 2007).

PROSPERI, Massimo. La tutela dell’immagine. Roma: Giappichelli Editore, 2012.

SCHAUER, Francisco. Le regole del gioco. Un’analisi filosofica delle decisioni prese secondo regole nel diritto e nella vita quotidiana. Bologna: Il Mulino, 2009.

SCHAUER, Frederick. The nature of customary law: legal, historical and philosophical perspectives. New York: Amanda Perreau-Saussine & James Bernard Murphy eds., 2007.

SCHLINK, Bernhard. Der Grundsatz der Verhältnismäßigkeit. In: Festschrift 50 Jahre Bundesverfassungsgericht 445, 460 (Peter Badura & Horst Dreier eds., 2001).

ALEXY, Robert. A argumentação jurídica como discurso racional. In: TEIXEIRA, Anderson Vichinkeski.

______. A theory of legal argumentation: the theory of rational discourse as theory of legal justification. In: Ratio Juris. New York: Hammel, 2010. v. 37.

______. Os direitos fundamentais e a democracia no para-

digma procedimental do direito de Jürgen Habermas. In FRANKENBERG, Günter; MOREIRA, Luiz. Jürgen Habermas: 80 anos. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2009.

______. Teoria da argumentação jurídica: a teoria do discurso racional como teoria da justificação jurídica. São Paulo: Landy, 2001.

______. Teoría de los derechos fundamentales. Madrid: Centros de Estudios Constitucionales, 2000.

______. The construction of constitutional rights. In: Law & Ethics of Human Rights, Berkeley: Berkeley Electronic Press, v, 4, n. 1, article 2, 2010.

ANDRONICO, Alberto. Ermeneutica e Diritto da Wilhelm Dilthey ed Emilio Betti. In: Spicchi di Novecento, a cura di Bruno Montanari. Roma: Giappichelli, 2008.

AVÓLIO, Luiz Francisco Torquato. Provas ilícitas: interceptações telefônicas clandestinas. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2003.

BARBOSA, Álvaro Antônio do Cabo. Direito à própria imagem. Aspectos fundamentais. São Paulo: Saraiva, 1989.

BARROS, Suzana de Toledo. O princípio da proporcionalidade e o controle de constitucionalidade das leis restritivas de direitos fundamentais. Brasília: Brasília Jurídica, 2000.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Código penal comentado. São Paulo: Saraiva, 2010.

BÖCKENFÖRDE, Ernst-Wolfgang. Staat, Verfassung, Demokratie, 190. 1991.

CANARIS, Wilhelm Canaris. Pensamento sistemático e conceito de sistema na ciência do direito. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.

CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. São Paulo: Saraiva, 2008.

CARNAUBA, Maria Cecília Pontes. Prova ilícita. São Paulo: Saraiva, 2000.

CARVALHO, Márcia Haidée Porto de. A defesa da honra e o direito à informação. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2002.

CARVALHO, Orlando de. Para uma teoria geral da relação jurídica. Coimbra: Centelha, 1981.

CASTRO, Sandro. Il danno all’immagine. Roma: Giappichelli Editore, 2013.

CELANO, Bernardo. Dialettica della giustificazione pratica. Torino: Giappichelli, 2008

CHEQUER, Cláudio. A liberdade de expressão como direito fundamental preferencial prima facie. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2011.

FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Sigilo de dados: o direito à privacidade e os limites à função fiscalizadora do Estado.

FRANÇA, Rubens Limongi. Instituições de direito civil. São Paulo: Saraiva, 1999.

GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Direito à prova no processo penal. São Paulo: RT, 1997.

GOMES, Orlando. Introdução ao direito civil. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

GRIFFIN, Stephen. American Constitutionalism: from theory to politics. Princeton: Princeton University Press, 1996.

GRINOVEER, Ada Pellegrini. Liberdades públicas e processo penal: as interceptações telefônicas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1982.

GRINOVER, Ada Pellegrine; FERNANDES, Antonio Scaranze; GOMES FILHO, Antonio Magalhães. As nulidades no processo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.

GUASTINI, Ricardo. Le fonti del diritto e l’interpretazione. Milano: Giuffrè, 1993.

HABERMAS, Jürgen. Between Facts and Norms: contributions to a discourse theory of law and democracy. William Rehg trans, Polity Press, 1996.

JESTAEDT, Matthias. Die Abwägungslehre – ihre Stärken und ihre Schwächen. In: Staat im Wort: Festschrift für Josef Isensee 253, 260, 262-63, 275 (Otto Depenheuer, Markus Heintzen, Matthias Jestaedt, & Peter Axer eds., 2007).

JESUS, Damásio. E. de. Direito penal: parte especial: dos crimes contra a pessoa. Dos crimes contra o patrimônio. São Paulo: Saraiva, 2006.

KLEMENT, Jan Henrik. Vom Nutzen einer Theorie. Die alles erklärt, 63. Juristenzeitung 756, 760 (2008).

LEAL, Rogério Gesta. A decisão judicial: elementos teórico-constitutivos à efetivação pragmática dos Direitos Fundamentais. Chapecó: UNOESC, 2012.

______. O Estado-Juiz na democracia contemporânea: uma perspectiva procedimentalista. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.

LEEBAW, Bronwyn. Judging State-sponsored violence, imagining political change. New York: Cambridge University Press, 2012.

LUÑO, Antonio Henrique Pérez. Derechos humanos, estado de serecho y constitución. Madrid: Tecnos, 1999.

MANIACI, Giorgio. Note sulla teoria del bilanciamento di Robert Alexy. In: Rivista Diritto & Questioni Pubbliche, Palermo: Università degli Studi di Palermo, v. 2. ago. 2002.

MENGONI, Luiggi. Ermeneutica e dogmatica giuridica. Milano: Giuffrè, 2006.

OLIVEIRA, Elton Somensi de Oliveira. (Orgs.). Correntes contemporâneas do pensamento jurídico. São Paulo: Manole, 2010.

PACE, Alessandro. Metodi interpretativi e costituzionalismo. Quaderni Costituzionali, Rivista Italiana di Diritto Costituzionale, n. 1, aprile 2001. ISSN: 0392-6664.

PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de direito privado. Direito de personalidade. Direito de família. Rio de Janeiro: Borsoi, 1955.

POSCHER, Ralf. Einsichten, Irrtümer und Selbstmißverständnisse der Prinzipientheorie. In: Die Prinzipientheorie der Grundrechte: studien zur grundrechtstheorie Robert Alexys. 59, 65, 70 (Jan-R. Sieckmann ed., 2007).

PROSPERI, Massimo. La tutela dell’immagine. Roma: Giappichelli Editore, 2012.

SCHAUER, Francisco. Le regole del gioco. Un’analisi filosofica delle decisioni prese secondo regole nel diritto e nella vita quotidiana. Bologna: Il Mulino, 2009.

SCHAUER, Frederick. The nature of customary law: legal, historical and philosophical perspectives. New York: Amanda Perreau-Saussine & James Bernard Murphy eds., 2007.

SCHLINK, Bernhard. Der Grundsatz der Verhältnismäßigkeit. In: Festschrift 50 Jahre Bundesverfassungsgericht 445, 460 (Peter Badura & Horst Dreier eds., 2001).

Downloads

Publicado

2014-05-19

Edição

Seção

Artigos