Likes, memes e militância: ciberativismo na internet brasileira
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-5694.2020.1.35328Palavras-chave:
ciberativismo, ciberacontecimento, internet, agênciaResumo
O presente artigo tem por objetivo investigar a influência do processo de revolução comunicacional provocado pela Internet na esfera política, focando no conceito de “ciberativismo”. Busca-se evidenciar as características particulares do ativismo praticado no ciberespaço. Para isso, são de interesse as motivações individuais para a ação política no ciberespaço, nos utilizando da noção de agência enquanto capacidade de ação mediada por uma situação social, que pode ser classificada de acordo com um continuum de intencionalidade representando os graus diferentes de consciência que existem em diferentes tipos de agência. Outro eixo de análise é a hipótese de que os “materiais não-humanos” são actantes, exercendo agência sobre os atores humanos no ciberespaço. Estas análises serão produzidas por meio de observação e tipificação de diferentes práticas que podem ser consideradas ciberativistas, tendo como foco principalmente grupos da rede social Facebook, a rede social de microblogging, Twitter, o aplicativo de mensagens WhatsApp, entre outros.
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