Existem cáries ocultas ou é outra limitação para o diagnostico de exames convencionais?
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-6523.2015.2.14592Palavras-chave:
Microtomografia computadorizada, Diagnóstico dental, Lesões incipientes, Cárie dental.Resumo
Objetivo: Verificar a existência de cáries ocultas e comparar o índice de concordância de diagnostico entres diferentes examinadores e entre o exame visual e radiográfico às imagens de microtomografia computadorizada de lesões incipientes na superfícies oclusal de molares extraídos.
Métodos: Duzentos e quinze dentes sadios foram extraídos de cadáveres de crianças com idade média de 12 anos e analisados visualmente. Entretanto, apenas 11 dentes foram incluídos no presente estudo pois apresentavam imagem sugestiva de cárie quando examinados em microtomografia (micro CT scan). Os sítios oclusais foram examinados tanto visualmente como radiograficamente por 3 cirurgiões dentistas e foram comparados e validados independentemente para cada examinador com microtomografia computadorizada, doravante um padrão ouro em pesquisa. O coeficiente de concordância foi calculados pelo teste de Cohen’s kappa.
Resultados: O coeficiente de concordância entre examinadores para o diagnóstico pelo padrão da microtomografia foi excelente (K=0.924) e moderado para ambos exames visual (K=0.515) e radiográfico (K=0.583). As imagens produzidas por microtomografia permitiu aos examinadores visualizarem áreas radiolúcidas, não observadas em imagens radiográficas prévias e exame visual, no qual havia comunicação entre esmalte e/ou dentina e o ambiente externo.
Conclusão: Cárie oculta foi o produto da limitação de exames convencionais, ou melhor, a lesão se dava no esmalte não colapsado. Consequentemente, exames convencionais não foram precisos o suficiente para detecção de lesões.
Referências
McDonald SP, Sheiham A. The distribution of caries on different tooth surfaces at varying levels of caries -– a compilation of data from 18 previous studies. Community Dent Health. 1992;9:39-48.
Beltrán-Aguilar ED, Estupiñán-Day S, Báez R. Analysis of prevalence and trends of dental caries in the Americas between the 1970s and 1990s. Int Dent J. 1999;49:322-9.
Whelton H. Overview of the impact of changing global patterns of dental caries experience on caries clinical trials. J Dent Res. 2004; 83 Spec No C:C29-34.
Bernabé E, Sheiham A, Sabbah W. Income, income inequality, dental caries and dental care levels: an ecological study in rich countries. Caries Res. 2009;43:294-301.
Bagramian RA, Garcia-Godoy F, Volpe AR. The global increase in dental caries. A pending public health crisis. Am J Dent 2009;22:3-8.
Weerheijm KL, Gruythuysen RJ, van Amerongen WE. Prevalence of hidden caries. ASDC J Dent Child. 1992;59:408-12.
Weerheijm KL. Occlusal ‘hidden caries’. Dent Update 1997;24:182-4.
Millman CK. Fluoride syndrome. Br Dent J. 1984;24;157:341.
Lewin DA. Fluoride Syndrome (latter). British Dental Journal 1985;158:39.
Creanor SL, Russell JI, Strang DM, Stephen KW, Burchell CK. The prevalence of clinically undetected occlusal dentine caries in Scottish adolescents. Br Dent J. 1990;169:126-9.
Ismail AI. Clinical diagnosis of precavitated carious lesions. Community Dent Oral Epidemiol. 1997;25:13-23.
Ricketts D, Kidd E, Weerheijm K, de Soet H. Hidden caries: what is it? Does it exist? Does it matter? Int Dent J. 1997;47:259-65.
Ekstrand KR, Ricketts DN, Kidd EA. Occlusal caries: pathology, diagnosis and logical management. Dent Update 2001;28:380-7.
Lynch RJ, Ten Cate JM. The effect of lesion characteristics at baseline on subsequent de- and remineralisation behaviour. Caries Res 2006;40: 530-5.
Praetzel JR et al. Cárie oculta em dentes decíduos: relato de caso clínico. Jornal Brasileiro de Odontopediatria e Clínica do Bebê 1999;2:432-7.
Souza-Zaroni WC, Ciccone JC, Souza-Gabriel AE, Ramos RP, Corona SA, Palma-Dibb RG. Validity and reproducibility of different combinations of methods for occlusal caries detection: an in vitro comparison. Caries Res.2006;40:194-201.
Ricketts DN, Ekstrand KR, Martignon S, Ellwood R, Alatsaris M, Nugent Z. Accuracy and reproducibility of conventional radiographic assessment and subtraction radiography in detecting demineralization in occlusal surfaces. Caries Res. 2007;41:121-8.
Neuhaus KW, Ellwood R, Lussi A, Pitts NB. Traditional lesion detection aids. Monogr Oral Sci. 2009;21:42-51.
Brooks SL. Computed tomography. Dental Clinics of North American 1993;37:575-590.
Parks ET. Computed tomography applications for dentistry. Dent Clin North Am. 2000;44:371-94.
Maltz M, Correa PZ, Veeck R. Comparison between clinical and radiographic examination of occlusal surface. In: 74th General Session of IADR, 1996, Washington. J Dent Res 1996;75:1106.
Bulman JS, Osborn JF. Measuring diagnostic consistency. Br Dent J. 1989;166:377- 81.
Landis JR, Koch GG. An Application of Hierarchical Kappa-type Statistics in the Assessment of Majority Agreement among Multiple Observers. Biometrics 1977;33:363-374.
Seow WK, Wan A, McAllan LH. The prevalence of pre-eruptive dentin radiolucencies in the permanent dentition. Pediatr Dent. 1999;21: 26-33.
Seow WK. Pre-eruptive intracoronal resorption as an entity of occult caries. Pediatr Dent. 2000;22:370-6.
Chong MJ, Seow WK, Purdie DM, Cheng E, Wan V. Visual-tactile examination compared with conventional radiography, digital radiography, and Diagnodent in the diagnosis of occlusal occult caries in extracted premolars. Pediatr Dent. 2003;25:441-9.
Poorterman JH, Weerheijm KL, Groen HJ, Kalsbeek H. Clinical and radiographic judgement of occlusal caries in adolescents. Eur J Oral Sci. 2000;108:93-8.
Thylstrup A, Fejerkov O. Radiologic diagnosis in caries management. Copenhagen: Munsgaard; 1994. p. 367-82.
Zafersoy-Akarslan Z, Erten H, Uzun O, Semiz M. Reproducibility and agreement of clinical diagnosis of occlusal caries using unaided visual examination and operating microscope. J Can Dent Assoc. 2009;75:455.
Thunthy KH. Technique for using films accidentally exposed to light. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1988;65:371-5.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
DIREITOS AUTORAIS
A submissão de originais para a Odonto Ciência implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Odonto Ciência como o meio da publicação original.
LICENÇA CREATIVE COMMONS
Em virtude de ser uma revista de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações científicas e educacionais, desde que citada a fonte. De acordo com a Licença Creative Commons CC-BY 4.0, adotada pela Odonto Ciência o usuário deve respeitar os requisitos abaixo.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercialmente.
Porém, somente de acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira que a Odonto Ciência apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Avisos:
Você não tem de cumprir com os termos da licença relativamente a elementos do material que estejam no domínio público ou cuja utilização seja permitida por uma exceção ou limitação que seja aplicável.
Não são dadas quaisquer garantias. A licença pode não lhe dar todas as autorizações necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, tais como direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais, podem limitar o uso do material.
Para mais detalhes sobre a licença Creative Commons, siga o link no rodapé desta página eletrônica.