Quando a rua é dos velhos: trabalho informal, saúde e condições de vida

Autores

  • Monique Borba Cerqueira Instituto de Saúde de São Paulo

Resumo

Este artigo procura mostrar as dimensões da exclusão social e sua relação com as esferas do trabalho informal e da saúde, a partir de um estudo etnográfico realizado no centro da cidade de São Paulo com “plaqueiros” e “homens-sanduíche”, trabalhadores idosos, altamente precarizados e pertencentes à “baixa informalidade” – extrato que reúne as ocupações menos qualificadas na economia informal. É nesse contexto que as transformações ocorridas nas últimas décadas no mundo do trabalho, evidenciadas através da profunda crise de empregabilidade, vão produzir impactos dramáticos na qualidade de vida e sociabilidade das pessoas. Nesse sentido, as relações entre trabalho e saúde sofrem mutações cujo principal agravante é o fato de que, no universo informal, o indivíduo será destituído de qualquer direito ou garantia trabalhista. Entre plaqueiros e homens-sanduíche, somadas às difíceis condições de vida, o tipo de trabalho praticado nas ruas vai interferir no modo de pensar e cuidar da própria saúde, produzindo uma recusa no reconhecimento do próprio sofrimento e o adiamento recorrente da busca de serviços de saúde. Isso porque o adoecimento pode significar o desemprego – risco que pode fazer o trabalhador transitar de uma condição de pobreza para miséria.

Palavras-chave – Trabalho informal. Saúde. Condições de vida.

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Publicado

2009-01-28

Como Citar

Cerqueira, M. B. (2009). Quando a rua é dos velhos: trabalho informal, saúde e condições de vida. Textos & Contextos (Porto Alegre), 7(2), 235–249. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/fass/article/view/4820

Edição

Seção

Transformações no mundo do trabalho