O fascismo e os usos políticos do corpo negro de Jesse Owens no filme “Raça” (2016)
DOI:
https://doi.org/10.15448/1677-9509.2024.1.45516Palavras-chave:
Esporte, Fascismo, Biopolítica, Jesse Owens, filme “Raça” (2016)Resumo
O escrito tem como objetivo interpelar o fascismo propagado no filme “Raça” (2016), tensionando-o a partir de questões ligadas à raça, à eugenia, ao dispositivo da imunidade e às políticas do corpo e da vida como formas de regulação. A partir de trechos do filme, discutem-se os modos pelos quais os argumentos científicos embasam as possibilidades de eliminação de uns em detrimento da valoração da vida de outros. Os mecanismos fascistas descritos e analisados no filme operam como práticas biopolíticas por meio de dispositivos diversos. Entende-se que isso conforma práticas políticas de regulação sobre os corpos na direção da manutenção ou supressão da vida, de acordo com as características que são atribuídas, arbitrariamente, aos indivíduos e à população. Considera-se que o filme é retrato de um contexto em que tais práticas foram exacerbadas ao limite, e que o esporte olímpico e os Jogos Olímpicos são arenas privilegiadas paras esses ensaios sociais.
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