Qualidade de vida em homens usuários de Unidade de Saúde da Família
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-652X.2016.2.22031Palavras-chave:
qualidade de vida, saúde do homem, atenção primária à saúde.Resumo
Introdução: A crescente importância da Atenção Primária à Saúde (APS) e da promoção da saúde, no Brasil, tem colocado em evidência o tópico da qualidade de vida de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivo: Correlacionar a qualidade de vida (QV) de homens de classe popular, usuários de Unidade de Saúde da Família (USF), com variáveis sociodemográficas.
Materiais e Métodos: Estudo transversal analítico. Participaram 300 homens, usuários de uma USF do município de Vitória, ES. Eles responderam ao WHOQOL-BREF, aplicado como entrevista individual, e a um questionário sociodemográfico. Os dados foram analisados com teste t, ANOVA, ANCOVA e coeficiente de correlação de Pearson.
Resultados: Os usuários que estavam trabalhando obtiveram escores maiores do que aqueles que não estavam trabalhando nos domínios de QV: global (t=1,98; p=0,04), físico (t=4,88; p<0,001), psicológico (t=2,46; p=0,01) e social (t=2,89; p=0,004). A idade apresentou correlação negativa com os domínios de QV: global (r=-0,11; p<0,05), físico (r=-0,22; p<0,01), psicológico (r=-0,12; p<0,05) e social (r=-0,15; p<0,01). A renda apresentou correlação positiva com todos os domínios de QV: global (r=0,19; p<0,01), físico (r=0,22; p<0,01), psicológico (r=0,14; p<0,05), social (r=0,16; p<0,01) e ambiental (r=0,32; p<0,01). A escolaridade apresentou correlação positiva com os domínios físico (r=0,13; p<0,05), social (r=0,15, p<0,01) e ambiental (r=0,19; p<0,01).
Conclusão: Foi identificada relação de maiores níveis percebidos de QV em homens de classe popular que tinham trabalho, menor idade e maior escolaridade e renda.
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