Interpretação constitucional e a inovação sumular da estabilidade provisória da gestante nos contratos a prazo determinado
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7718.2015.1.19960Palavras-chave:
Evolucionismo. Estabilidade. Gestante. Interpretação constitucional. Originalismo.Resumo
Propósitos e consequências conformam o centro da polêmica discussão entre Antonin Scalia e Stephen Breyer sobre a interpretação constitucional na democracia norte-americana. A racionalidade das decisões judiciais e a interpretação sistemática do Direito são fundamentais para a adequada aplicação das normas e cumprimento dos fins constitucionais. No entanto, a neurociência demonstra que pré-condições emocionais e vieses de interpretação afetam o pensamento, e, por conseguinte, a subjetividade do julgador. Tais vieses podem conduzir a arbitrariedades, sobretudo, na definição judicial de propósitos e consequências, o que é contrário ao ideal democrático. Neste contexto, o presente artigo examina o recente entendimento jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho acerca da estabilidade provisória da gestante nos contratos a prazo determinado. Sintetiza-se o debate entre as correntes do originalismo (Scalia) e do evolucionismo (Breyer) da interpretação constitucional, propondo a combinação de ambas para superar os vieses cognitivos, evitar arbitrariedades e realizar os objetivos constitucionais.Referências
ATIYAH, P. S.; SUMMERS, Robert S. Form and substance in Anglo-American Law: a comparative study of legal reasoning, legal theory, and legal institutions. Oxford: Clarendon Press, 1987.
BIANCHI, Giuliana. A gravidez e a estabilidade no contrato de trabalho por tempo determinado. In: Jornal Trabalhista Consulex, Brasília: JTb, ano XXIX, n. 1451, 5 nov. 2012.
BREYER, Stephen. Making our democracy work: a judge’s view. Random House, 2011.
BREYER, Stephen. Active liberty. Interpreting our democratic Constitution. New York: Vintage Books, 2005.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2013.
EAGLEMAN, David. Incógnito: as vidas secretas do cérebro. Rio de Janeiro: Rocco, 2012.
FRANCO FILHO, Georgenor de Souza. Garantia de Emprego da Gestante: o Item III da Súmula nº 244 do TST. In: Revista Síntese Trabalhista e Previdenciária, ano XXIV, n. 289.
FREITAS, Juarez. Hermenêutica e desvios cognitivos. Revista de direitos e garantias fundamentais. Vitória, n. 13, p. 277-308,
jan.-jun. 2013.
FREITAS, Juarez. A hermenêutica jurídica e a ciência do cérebro: como lidar com os automatismos mentais. Revista Ajuris, n. 130, jun. 2013.
GOLEMAN, Daniel. Inteligênia emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
MARTINS, Sergio Pinto. Garantia de emprego da gestante no contrato de trabalho de prazo certo. In: STÜRMER, Gilberto; AZEVEDO, André Jobim de; BRAVO, Alvaro Sánchez (Org.). Anais do Congresso Internacional de Direito do Trabalho. Porto Alegre: HS, 2014.
AZEVEDO, André Jobim de; BRAVO, Alvaro Sánchez (Org.). Comentários às Súmulas do TST. São Paulo: Atlas, 2014.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2013.
SCALIA, Antonin. A matter of interpretation: federal courts and the law. New Jersey: Princeton University Press.
SCALIA, Antonin; BREYER, Stephen. American Constitution Society. Antonin Scalia and Stephen Breyer debate the
Constitution. Disponível em: . Acesso em:
jun. 2014.
SUNSTEIN, Cass. A verdade sobre os boatos: como se espalham e por que acreditamos neles. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
THALER, Richard; SUNSTEIN, Cass. Nudge: o empurrão para a escolha certa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
DIREITOS AUTORAIS
A submissão de originais para a Direito & Justiça implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Direito & Justiça como o meio da publicação original.
LICENÇA CREATIVE COMMONS
Em virtude de ser uma revista de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações científicas e educacionais, desde que citada a fonte. De acordo com a Licença Creative Commons CC-BY 4.0, adotada pela Direito & Justiça o usuário deve respeitar os requisitos abaixo.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercialmente.
Porém, somente de acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira que a Direito & Justiça apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Avisos:
Você não tem de cumprir com os termos da licença relativamente a elementos do material que estejam no domínio público ou cuja utilização seja permitida por uma exceção ou limitação que seja aplicável.
Não são dadas quaisquer garantias. A licença pode não lhe dar todas as autorizações necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, tais como direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais, podem limitar o uso do material.
Para mais detalhes sobre a licença Creative Commons, siga o link no rodapé desta página eletrônica.