HOMEM E NATUREZA EM NICOLAU DE GUSA: O MICROCOSMO NUMA PERSPECTIVA DINÂMICA E CRIADORA

Autores

  • João Maria André Universidade de Coimbra.

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.1999.3.35237

Palavras-chave:

Nicolas de Cusa. Homem. Idade Média. Natureza. Renascença,

Resumo

Na passagem da Idade Média para a
idade Moderna, o triângulo constituído pelos
motivos conceptuais "homem-natureza-Deus" é
um triângulo cuja base, constituída pela relação
homem-natureza, tende a assumir, diríamos nós
em termos cusanos, uma dimensão infinita num
movimento em que o vértice (Deus) coincide
progressivamente com essa base transformando
tal triângulo numa recta infinita. O lugar de
transição que ocupa o pensamento do Cardeal
alemão é, por isso, paradigmático, encontrado a
sua expressão plena na forma como transpõe para
o Renascimento alguns tópicos recorrentes no
pensamento medieval: em primeiro lugar, o
motivo do homo, imago Dei, através do qual
começa por ser pensada a relação do sujeito
humano com o universo, fundamentalmente no
âmbito do conhecimento; depois, como segundo
ponto baseado triângulo, o motivo do livro da
natureza, de que o homem se constitui como
privilegiado intérprete; ligado a estes dois motivos
e estabelecendo a sua respectiva ligação
numa perspectiva estética e criadora, o motivo do
operar humano como imitação da natureza,
baseado numa nova leitura do que é a natureza e,
também, do que é a arte; em quarto e último
lugar, o motivo do homem como microcosmo,
que reassume de urna forma significativa os três
motivos anteriores e que, reassumindo-os, é
reconfigurado numa perspectiva verdadeiramente
dinâmica e criadora.

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Publicado

1999-12-31

Como Citar

André, J. M. (1999). HOMEM E NATUREZA EM NICOLAU DE GUSA: O MICROCOSMO NUMA PERSPECTIVA DINÂMICA E CRIADORA. Veritas (Porto Alegre), 44(3), 805–814. https://doi.org/10.15448/1984-6746.1999.3.35237