A política é a guerra continuada por outros meios?

Autores

  • Bruno Silveira Rigon Faculdade de Integração do Ensino Superior do Cone Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/2177-6784.2016.2.25422

Palavras-chave:

Clausewitz, Foucault, política, guerra, criminalização.

Resumo

O presente artigo busca analisar as dinâmicas atuais das relações de poder no campo jurídico-político brasileiro, problematizando o ambiente histórico atual com a proposta de inversão da clássica tese de Clausewitz (“A guerra não é mais que a continuação da política por outros meios”) que Michel Foucault realiza (“a política é a guerra continuada por outros meios”), bem como investigar o contexto brasileiro marcado pelo fanatismo na polarização política e sua relação com a criminalização da política.

Referências

ADORNO, Sérgio. Os aprendizes do poder: O bacharelismo liberal na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

AGAMBEN, Giorgio. Crise de legitimidade. La Repubblica, 16/02/2013. Tradutor: Moisés Sbardelotto. Disponível em: http:// blogdaboitempo.com.br/2015/04/20/agamben-crise-de-legitimidade/ Acesso em: 28 mar. 2016.

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: O poder soberano e a vida nua I. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2010.

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção (Homo Sacer II, 1). 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2004.

BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2002.

BARBOSA, Milton Gustavo Vasconcellos; FRANK JUNIOR, Wilson. Do escudo de Aquiles à capa do Batman: O heroísmo togado e seus riscos à democracia. Sistema Penal & Violência, Porto Alegre, v. 5, n. 2, p. 147-157, jul.-dez. 2013.

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito da história. In: BARRETO, João (Org.). Walter Benjamin: o anjo da história. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.

BINDER, Alberto M. O descumprimento das formas processuais: elementos para uma crítica da teoria unitária das nulidades no processo penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.

BOBBIO, Norberto. Qual democracia? São Paulo: Loyola, 2010.

BRUM, Eliane. Na política, mesmo os crentes precisam ser ateus. El País, 14 de março de 2016. Disponível em: http://brasil.elpais. com/brasil/2016/03/14/opinion/1457966204_346156.html Acesso em: 22 mar. 2016.

BRUM, Eliane. Acima dos muros. El País, 28 de março de 2016. Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/28/

opinion/1459169340_306339.html Acesso em: 28 set. 2016.

CASARA, Rubens R. R. Processo penal do espetáculo: ensaios sobre o poder penal, a dogmática e o autoritarismo na sociedade brasileira. Florianópolis: Empório do Direito, 2016.

ECO, Umberto. Construir o inimigo e outros ensaios ocasionais. Lisboa: Gradiva, 2011.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

FRANÇA, Leandro Ayres. O inimigo ou a inconveniência de eExistir. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2012.

GIRARD, René. O bode expiatório. São Paulo: Paulus, 2004.

GLOECKNER, Ricardo Jacobsen. Anticorrupção ou corruptibilidade das formas? Boletim IBCCRIM, n. 277, dez. 2015.

KARNAL, Leandro. O mal da polarização política atual. Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=i3QmBkha_ZM Acesso em: 30 set. 2016.

LACLAU, Ernesto. A Razão Populista. São Paulo: Três Estrelas, 2013.

LOPES JR., Aury. Introdução crítica do processo penal (Fundamentos da instrumentalidade constitucional). 5. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

MARTINS, Rui Cunha. Democracia, ditadura e mudança política: o argumento da historicidade (o caso do Portugal contemporâneo). Cercles, Revista d’història cultural, n. 14, 2011.

MOURA, Emerson Affonso da Costa. Um fundamento do regime administrativo: o princípio da prossecução do interesse público. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014. https://doi.org/10.12660/rda.v246.2007.41659

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Além do bem e do mal. São Paulo: Centauro, 2006.

PASTANA, Debora Regina. Justiça penal no Brasil contemporâneo: Discurso democrático, prática autoritária. São Paulo: UNESP, 2009.

PEREIRA, Anthony W. Ditadura e repressão: o autoritarismo e o estado de direito no Brasil, no Chile e na Argentina. São Paulo: Paz e Terra, 2010.

PINTO NETO, Moysés. O Rosto do Inimigo: um convite à desconstrução do Direito Penal do Inimigo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2012

RICOEUR, Paul. Hermenêutica e ideologias. Petrópolis: Vozes, 2013.

RUSSEL, Bertrand. Ensaios céticos. Porto Alegre: L&PM, 2010.

SÁ, Alexandre Franco de. Metamorfoses do poder: prolegômenos schmittianos a toda a sociedade futura. Rio de Janeiro: Via Verita, 2012.

SANTOS, Boaventura de Souza. Poderá o direito ser emancipatório? Revista Crítica de Ciências Sociais, 65, p. 3-76, maio 2003.

SCHMITT, Carl. O conceito do político. Belo Horizonte: Del Rey, 2008.

STRECK, Lenio Luiz. Nas escutas, juristas se mostram mais moristas do que o próprio Moro. Consultor Jurídico, 21 mar. 2016. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2016-mar-21/lenio-streck-escutas-juristas-revelam-moristas-moro>. Acesso em: 28 set. 2016.

STRECK, Lenio Luiz. Lições de crítica hermenêutica do direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2014.

STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise: uma exploração hermenêutica da construção do direito. 10. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. O inimigo no direito penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl; BATISTA, Nilo; ALAGIA, Alejandro; SLOKAR, Alejandro. Direito penal brasileiro: primeiro volume – Teoria geral do direito penal. 3 ed. Rio de Janeiro: Revan, 2006.

WARAT, Luis Alberto. A Rua Grita Dionísio! Direitos Humanos da alteridade, surrealismo e cartografia. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

Downloads

Publicado

2016-12-31

Edição

Seção

Dossiê Criminalização da Política