Repare bem: a narrativa fílmica por uma justiça reconstrutiva
DOI:
https://doi.org/10.15448/2177-6784.2014.1.17235Palavras-chave:
Justiça de Transição. Justiça Restaurativa. Narrativa Fílmica. Memória Coletiva. Anistia.Resumo
Este artigo busca promover uma reflexão sobre justiça de transição a partir da interpretação de aspectos do documentário Repare Bem (2012), de autoria de Maria de Medeiros. Nesta narrativa fílmica observamos a força do relato de vida de duas mulheres, Denise Crispim, a mãe, e Eduarda Crispim Leite, sua filha, as quais foram perseguidas pelas ditaduras civil-militares no Brasil e no Chile nos anos 1970. Aderimos conceitualmente, para esta leitura, ao referencial teórico dos estudos sobre justiça de transição, justiça restaurativa e justiça reconstrutiva, bem como do campo do imaginário social e da memória coletiva. O texto foi produzido no âmbito do debate do grupo de pesquisa Direito à Memória e à Verdade e Justiça de Transição, ligado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
DOI: http://dx.doi.org/10.15448/2177-6784.2014.1.17235
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