Eficácia da técnica de relaxamento com imagem guiada em pacientes oncológicos submetidos a tratamento quimioterápico

Autores

  • Claudia Adriana Facco Lufiego Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
  • Rodolfo Herberto Schneider Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
  • Ângelo José Gonçalves Bós Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2017.1.25701

Palavras-chave:

terapia de relaxamento, psiconeuroimunologia, depressão, ansiedade, câncer.

Resumo

DOI: 10.15448/1980-6108.2017.1.25701

Objetivos: avaliar a eficácia da técnica de relaxamento com imagem guiada em pacientes oncológicos submetidos a tratamento quimioterápico em relação à diminuição dos níveis de depressão e ansiedade.  

Métodos: Estudo do tipo ensaio clínico não randomizado. A amostra foi constituída de participantes de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 30 anos e que estavam iniciando tratamento quimioterápico em um hospital universitário de Porto Alegre. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo Experimental, no qual foi aplicada a técnica de relaxamento, e Grupo Controle, sem a intervenção. As sessões de relaxamento com a técnica de imagem guiada tiveram duração de 12 minutos e foram realizadas durante um período de 14 semanas, sempre durante o procedimento quimioterápico. Para avaliar os níveis de depressão e ansiedade foram aplicados os instrumentos Inventário de Depressão de Beck e Inventário de Ansiedade de Beck no período inicial e final do estudo. Os dados foram analisados no software estatístico Epi Info 7.0, utilizando os testes t de Student, Wilcoxon-Mann-Whitney e Qui-quadrado de Pearson. Foram considerados significativos valores de p inferiores a 0,05.  

Resultados: Foram incluídos 113 participantes, com média de idade de 51,3 anos, sendo 62,8% do sexo feminino e 72,6% casados. Os tipos de neoplasia mais prevalentes foram câncer de mama, pulmão e intestino. Foram alocados 57 pacientes no Grupo Experimental e 56 pacientes no Grupo Controle. Houve diminuição dos níveis de depressão e ansiedade nos pacientes do Grupo Experimental, com variação dos escores de depressão de 17,3±9,04 para 14,5±7,47 (p<0,0001) e de ansiedade de 15,1±8,84 para 12,9±7,58 (p<0,0001). No Grupo Controle não foi observada diferença significativa entre a avaliação inicial e final.  

Conclusões: A intervenção através da técnica de relaxamento com imagem guiada mostrou eficácia em reduzir os níveis de depressão e ansiedade nessa amostra de pacientes oncológicos em vigência de quimioterapia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Claudia Adriana Facco Lufiego, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS

Doutoranda em Gerontologia Biomédica, Instituto de Geriatria e Gerontologia - IGG/PUCRS. Aspectos psicológicos e emocionais do envelhecimento humano.

 

Rodolfo Herberto Schneider, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS

Geriatra, professor de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica do Instituto de Geriatria e Gerontologia/IGG, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/PUCRS.

Ângelo José Gonçalves Bós, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS

Geriatra, professor de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica do Instituto de Geriatria e Gerontologia/IGG, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/PUCRS.

Referências

Bottino SMB, Fráguas R, Gattaz WF. Depressão e câncer. Rev Psiquiatr Clín. 2009;36 Suppl 3:109-15. https://doi.org/10.1590/S0101-60832009000900007

Nicolussi AC. Relaxamento com imagem guiada: influência sobre a qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes com câncer durante o tratamento quimioterápico [tese]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto; 2012.

Wong E, Rowbottom L, Tsao M, Zhang L, McDonald R, Danjoux C, Barnes E, Chan S, Chow E. Correlating symptoms and their changes with survival in patients with brain metastases. Ann Palliat Med. 2016;5(4):253-66. https://doi.org/10.21037/apm.2016.09.01

Costa AIS, Reis PED. Técnicas complementares para controle de sintomas oncológicos. Rev Dor. 2014;15(1):61-4.

Elias ACA, Giglio JS, Pimenta CAM, El-Dash LG. Programa de treinamento sobre a intervenção terapêutica "relaxamento, imagens mentais e espiritualidade" (RIME) para re-significar a dor espiritual de pacientes terminais. Rev Psiquiatr Clín. 2007;34 Suppl 1:60-72. https://doi.org/10.1590/S0101-60832007000700009

Cunha JÁ, organizador. Manual da versão em português das Escalas Beck.São Paulo: Casa do Psicólogo; 2001.

Gardiner P, Mitchell S, Filippelli AC, Sadikova E, White LF, Paasche-Orlow MK, Jack BW. Health literacy and complementary and alternative medicine use among underserved inpatients in a safety net hospital. J Health Commun. 2013;18 Suppl 1:290-7. https://doi.org/10.1080/10810730.2013.830663

Sabino Neto M, Moreira JR, Resende V, Ferreira LM. Nível de atividade física em mulheres mastectomizadas e submetidas a reconstrução mamária. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):556-61. https://doi.org/10.1590/S1983-51752012000400015

Rivera HR. Depression symptoms in cancer caregivers. Clin J Oncol Nurs. 2009;13(2):195-202. https://doi.org/10.1188/09.CJON.195-202

Ceolin VES. A família frente ao diagnóstico do câncer. In: Hart CFM, organizador. Câncer: uma abordagem psicológica. Porto Alegre: AGE; 2008. p. 118-28.

Bellato R, Araújo LFS, Dolina JV, Musquim CA, Corrêa GHLST. Experiência familiar de cuidado na situação crônica. Rev Esc Enferm USP. 2016;50(n. esp):81-8.

Odgen JE. Psicologia da saúde. 2. ed. Lisboa: Climepsi; 2004.

Cantinelli FS, Camacho RS, Smaletz O, Gonsales BK, Braguittoni E, Rennó Jr J. A oncopsiquiatria no câncer de mama: considerações a respeito de questões do feminino. Rev Psiquiatr Clín. 2006;33(3):124-33. https://doi.org/10.1590/S0101-60832006000300002

Kiecolt-Glaser JK, McGuire L, Robles TF, Glaser R. Psychoneuroimmunology and psychosomatic medicine: back to the future. Psychosom Med. 2002;64(1):15-28. https://doi.org/10.1097/00006842-200201000-00004

Neme CMB, Lipp MEN. Estresse psicológico e enfrentamento em mulheres com e sem câncer. Psic Teor e Pesq. 2010;26(3):475-83. https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000300010

Lipp MEN. Stress e o turbilhão da raiva. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2005.

Nunes DF, Rodriguez AL, da Silva Hoffmann F, Luz C, Braga Filho AP, Muller MC, Bauer ME. Relaxation and guided imagery program in patients with breast cancer undergoing radiotherapy is not associated with neuroimmunomodulatory effects. J Psychosom Res. 2007;63(6):647-55. https://doi.org/10.1016/j.jpsychores.2007.07.004

Zhou K, Li X, Li J, Liu M, Dang S, Wang D, Xin X. A clinical randomized controlled trial of music therapy and progressive muscle relaxation training in female breast cancer patients after radical mastectomy: results on depression, anxiety and length of hospital stay. Eur J Oncol Nurs. 2015;19(1):54-9. https://doi.org/10.1016/j.ejon.2014.07.010

Lopes RFF, Santos MR, Lopes EJ. Efeitos do relaxamento sobre a ansiedade e desesperança em mulheres com câncer. Rev Bras Ter Comport Cogn. 2008;10(1):39-49.

Downloads

Publicado

2017-03-14

Como Citar

Lufiego, C. A. F., Schneider, R. H., & Bós, Ângelo J. G. (2017). Eficácia da técnica de relaxamento com imagem guiada em pacientes oncológicos submetidos a tratamento quimioterápico. Scientia Medica, 27(1), ID25701. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2017.1.25701

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>