Dificuldades observadas em um centro de referência no diagnóstico e manejo de gestantes com toxoplasmose

Autores

  • Wendy Fernandes Bueno Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz
  • Renata Goulart Ferreira Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz
  • Laura Berriel da Silva Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz
  • Carlos Henrique Klein Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz
  • Maria Regina Reis Amendoeira Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz
  • Elizabeth de Souza Neves Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2010.1.5870

Palavras-chave:

TOXOPLASMOSIS, CONGENITAL, TOXOPLASMOSIS / diagnosis,

Resumo

OBJETIVOS: avaliar as dificuldades encontradas no atendimento de gestantes com diagnóstico de toxoplasmose por parte de serviços de atendimento pré-natal. MÉTODOS: estudo longitudinal, prospectivo, com 262 gestantes encaminhadas ao Ambulatório de Toxoplasmose do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas-Fundação Oswaldo Cruz, entre janeiro de 2005 e julho de 2009. RESULTADOS: a maioria das gestantes foram encaminhadas no segundo ou terceiro trimestre de gestação (91,2%) e por serviços públicos de saúde (81,3%). O tempo médio de demora na coleta de sangue para os testes sorológicos no pré-natal foi de 113,4 dias. Houve demora média de 52,1 dias para o encaminhamento e 160,6 dias para o início do tratamento. Mulheres mais jovens e aquelas provenientes do sistema público de saúde foram encaminhadas mais tardiamente. O tratamento foi iniciado na origem em apenas 16% das gestantes, e 5% destas não receberam a dose preconizada de espiramicina. No Centro de Referência houve baixa confirmação dos testes sorológicos realizados nos serviços de saúde de origem. Constatou-se que 12,6% das gestantes com diagnóstico inicial de toxoplasmose aguda eram suscetíveis à infecção por Toxoplasma gondii, sendo os testes considerados falso-positivos. CONCLUSÕES: este estudo destaca dificuldades observadas no manejo de gestantes com toxoplasmose por parte do atendimento pré-natal da rede básica de saúde, incluindo a atenção quanto à qualidade dos testes diagnósticos e a necessidade de maior ênfase na educação continuada dos profissionais de saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Wendy Fernandes Bueno, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz

Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Ambulatório de Toxoplasmose.

Renata Goulart Ferreira, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz

Aluna de graduação em medicina. Bolsista CIEE, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Ambulatório de Toxoplasmose.

Laura Berriel da Silva, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz

Aluna de graduação em enfermagem. Bolsista PIBIC, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Ambulatório de Toxoplasmose.

Carlos Henrique Klein, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz

Mestre em Saúde Pública. Pesquisador Titular da Escola Nacional de Saúde Pública – Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro/RJ

Maria Regina Reis Amendoeira, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz

Doutora em Ciências Biológicas. Pesquisadora Titular do Instituto Oswaldo Cruz – Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro/RJ

Elizabeth de Souza Neves, Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz

Mestre em Doenças Infecciosas e Parasitárias. Médica responsável pelo Ambulatório de Toxoplasmose do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas – Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro/RJ

Referências

Desmonts G, Couvreur J. Toxoplasmosis in pregnancy and its transmission to the fetus. Bull N Y Acad Med.1974;50:146-59.

Kimball AC, Kean BH, Fuchs F. Congenital toxoplasmosis: a prospective study of 4,048 obstetric patients. Am J Obstet Gynecol. 1971;111:211-8.

Stray-Pedersen B. A prospective study of acquired toxoplasmosis among 8,043 pregnant women in the Oslo area. Am J Obstet Gynecol. 1980;136:399-406.

Guerina NG, Hsu HW, Meissner HC, et al. Neonatal serologic screening and early treatment for congenital Toxoplasma gondii infection. The New England Regional Toxoplasma Working Group. N Engl J Med. 1994;330:1858-63.

Wilson CB, Remington JS, Stagno S, et al. Development of adverse sequelae in children born with subclinical congenital Toxoplasma infection. Pediatrics. 1980; 66:767-74.

Koppe JG, Loewer-Sieger DH, de Roever-Bonnet H. Results of 20-year follow-up of congenital toxoplasmosis. Lancet. 1986;1:254-6.

Montoya JG, Remington JS. Management of Toxoplasma gondii infection during pregnancy. Clin Infect Dis. 2008;47:554-66.

Naot Y, Desmonts G, Remington JS. IgM enzyme-linked immunosorbent assay test for the diagnosis of congenital Toxoplasma infection. J Pediatr. 1981;98:32-6.

Montoya JG. Laboratory diagnosis of Toxoplasma gondii infection and toxoplasmosis. J Infect Dis. 2002;185(Suppl 1):s73-82.

Siegel JP, Remington JS. Comparison of methods for quantitating antigen-specific immunoglobulin M antibody with a reverse enzyme-linked immunosorbent assay. J Clin Microbiol.1983;18:63-70.

Sabin AB, A. FH. Dyes as microchemical indicators of a new immunity phenomenon affecting a protozoan parasite (Toxoplasma). Science.1948;10:660-3.

Liesenfeld O, Press C, Montoya JG, et al. False-positive results in immunoglobulin M (IgM) toxoplasma antibody tests and importance of confirmatory testing: the Platelia Toxo IgM test. J Clinical Microbiol. 1997;35:174-8.

Gilbert R, Gras L. Effect of timing and type of treatment on the risk of mother to child transmission of Toxoplasma gondii. BJOG. 2003;110:112-20.

The SYROCOT (Systematic Review on Congenital Toxoplasmosis) study group, Thiebaut R, Leproust S, et al. Effectiveness of prenatal treatment for congenital toxoplasmosis: a metanalysis of individual patients’ data. Lancet. 2007;369:115-22.

Gras L, Wallon M, Pollak A, et al. Association between prenatal treatment and clinical manifestations of congenital toxoplasmosis in infancy: a cohort study in 13 European centres. Acta Paediatr. 2005;94:1721-31.

Gras L, Gilbert RE, Ades AE, et al. Effect of prenatal treatment on the risk of intracranial and ocular lesions in children with congenital toxoplasmosis. Int J Epidemiol. 2001;30:1309-13.

Fernandes GC, Azevedo RS, Amaku M, et al. Seroepidemiology of Toxoplasma infection in a metropolitan region of Brazil. Epidemiol Infect. 2009;137:1809-15.

Barbosa IR, de Carvalho Xavier Holanda CM, de Andrade-Neto VF. Toxoplasmosis screening and risk factors amongst pregnant females in Natal, northeastern Brazil. Trans R Soc Trop Med Hyg. 2009;103:377-82.

Haidar FH, Oliveira UF, Nascimento LF. Maternal educational level: correlation with obstetric indicators. Cad Saúde Pública. 2001;17:1025-9.

Puccini RF, Pedroso GC, da Silva EM, et al. Prenatal and childbirth care equity in an area in Greater Metropolitan Sao Paulo, 1996. Cad Saúde Pública. 2003;19:35-45.

Paredes I, Hidalgo L, Chedraui P, et al. Factors associated with inadequate prenatal care in Ecuadorian women. Int J Gynaecol Obstet. 2005;88:168-72.

Carellos EV, Andrade GM, Aguiar RA. Evaluation of prenatal screening for toxoplasmosis in Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil: a cross-sectional study of postpartum women in two maternity hospitals. Cad Saúde Pública. 2008;24:391-401.

Jones JL, Dietz VJ, Power M, et al. Survey of obstetrician-gynecologists in the United States about toxoplasmosis. Infect Dis Obstet Gynecol. 2001;9:23-31.

Giles ML, Pedrana A, Jones C, et al. Antenatal screening practice for infectious diseases by general practitioners in Australia. Aust N Z J Obstet Gynaecol. 2009; 49:39-44.

Ashburn D, Evans R, Skinner LJ, et al. Comparison of relative uses of commercial assays for Toxoplasma gondii IgM antibodies. J Clin Pathol. 1992;45:483-6.

Del Bono V, Canessa A, Bruzzi P, et al. Significance of specific immunoglobulin M in the chronological diagnosis of 38 cases of toxoplasmic lymphadenopathy. J Clin Microbiol. 1989;27:2133-5.

Bobic B, Sibalic D, Djurkovic-Djakovic O. High levels of IgM antibodies specific for Toxoplasma gondii in pregnancy 12 years after primary toxoplasma infection: case report. Gynecol Obstet Invest. 1991;31:182-4.

Publicado

2010-04-16

Como Citar

Bueno, W. F., Ferreira, R. G., da Silva, L. B., Klein, C. H., Amendoeira, M. R. R., & Neves, E. de S. (2010). Dificuldades observadas em um centro de referência no diagnóstico e manejo de gestantes com toxoplasmose. Scientia Medica, 20(1), 40–44. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2010.1.5870