Construindo cenários de simulação: pérolas e armadilhas

Autores

  • Fabio Fernandes Neves Universidade Federal de São Carlos
  • Antonio Pazin-Filho Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2018.1.28579

Palavras-chave:

simulação, educação baseada em competências, simulação de paciente.

Resumo

OBJETIVOS: Por meio de uma revisão da literatura, este artigo visa organizar diretrizes concisas de elaboração de cenários para utilização em treinamentos simulados, discutindo aspectos práticos da aplicação dessa metodologia na área da saúde.

MÉTODOS: As buscas foram feitas nas bases de dados PubMed, Web of Science e LILACS, incluindo artigos nos idiomas inglês, espanhol e português, publicados entre agosto de 1997 e julho de 2017. Os descritores incluíram os termos scenario-based training, scenario-based simulation, scenario preparation, script development, simulation scenario e case-based teaching, e equivalentes em português e espanhol. Os descritores foram baseados nos termos utilizados em artigos, pois ainda não foram indexados descritores específicos nas bases de dados ou nos Descritores em Ciências da Saúde. A pesquisa foi limitada aos artigos de revisão, diretrizes práticas, comentários, editoriais e cartas ao editor. Somente foram incluídos artigos que tratassem da metodologia de construção de cenários de simulação.

RESULTADOS: Foram acessados 1.128 artigos e eleitos os 20 que preencheram os critérios de inclusão. A maioria dos estudos tratava de situações clínicas específicas, não discutindo a metodologia de construção dos cenários. A análise dos 20 estudos possibilitou a elaboração de diretrizes para construção de cenários, as quais foram didaticamente divididas em três seções: construindo um cenário em oito passos, pérolas na construção de cenários de simulação e armadilhas no desenvolvimento de cenários.

CONCLUSÕES: A construção de cenários de simulação deve ser planejada e estruturada de acordo com os objetivos de aprendizagem propostos, os quais devem ser claros e sinérgicos com o restante do conteúdo curricular. Além disso, é fundamental a adequação do grau de fidelidade do cenário aos objetivos de aprendizagem, visto que cenários excessivamente produzidos são caros e podem produzir fascinação excessiva, dispersando a atenção do estudante. Por outro lado, cenários de baixa fidelidade podem dificultar a imersão dos participantes na atividade. Como em todo projeto, devem-se investir recursos em planejamento de modo a facilitar a sua execução e, consequentemente, aumentar a sua efetividade.

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Biografia do Autor

Fabio Fernandes Neves, Universidade Federal de São Carlos

Professor Adjunto do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos

Antonio Pazin-Filho, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Professor Associado e Chefe da Divisão de Emergências Clínicas do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Coordenador do Laboratório de Simulação da FMRP-USP.

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Publicado

2018-01-26

Como Citar

Neves, F. F., & Pazin-Filho, A. (2018). Construindo cenários de simulação: pérolas e armadilhas. Scientia Medica, 28(1), ID28579. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2018.1.28579