Parque Verde Urbano como Espaço de Desenvolvimento Psicossocial e Sensibilização Socioambiental

Autores

  • Adria de Lima Sousa Universidade Federal do Amazonas
  • Josiane de Souza Medeiros Faculdade Salesiana Dom Bosco
  • Dayse da Silva Albuquerque Universidade Federal de Santa Catarina
  • Maria Inês Gasparetto Higuchi Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2015.3.17423

Palavras-chave:

Parques Verdes Urbanos, Ambientes Restauradores, Afetividade Ambiental.

Resumo

Os parques verdes em grandes metrópoles têm sido identificados como espaços que promovem o bem-estar físico e mental, tendo em vista suas características que permitem ao visitante o contato com a natureza mesmo vivendo em um ambiente urbano. Esse estudo desenvolvido com visitantes de um Parque Verde Urbano (PVU) na cidade de Manaus- AM, investigou as motivações presentes na escolha da visitação desse espaço e os tipos de sentimentos ativados no contato com a natureza. Participaram da pesquisa 140 visitantes adultos (M=59 e F=81) a partir de uma abordagem qualitativa, descritiva e exploratória com aplicação de entrevistas semiestruturadas durante sua visita ao PVU. Os resultados evidenciam que, além dos benefícios psicossociais proporcionados por esses ambientes identificados como restauradores, os visitantes vivenciaram sentimentos de valorização da natureza, despertando assim, maior sensibilização para a proteção e cuidado ambiental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alves, S. M. (2011). Ambientes Restauradores. In S. Cavalcante & G.A. Elali (Org.). Temas Básicos em Psicologia Ambiental (pp. 44-52). São Paulo: Editora Vozes.

Alves, S.M. & Betrabet-Guwaldi, G. (2008). Interação humana com ambientes naturais: uma revisão no periódico Environment and Behavior. In J.Q. Pinheiro & H. Günther (Org.). Métodos de Pesquisa nos Estudos Pessoa-Ambiente (pp. 343-368). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Änggård, E. (2010). Making Use of “Nature” in an Outdoor Preschool: classroom, home and fairyland. Children, Youth and Environments, 20(1), 4-25.

Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Barcellos, V. Q. (1999). Os Parques como espaços livres públicos de lazer: o caso de Brasília. Tese. FAU/USP, São Paulo.

Barracho, C. (2001). Psicologia Social: Ambiente e Espaço (2ª ed.). Lisboa: Instituto Piaget.

Berman, M.G., Jonides, J., & Kaplan, S. (2008). The cognitive benefits of interacting with nature. Psychological Science, 19(12), 1207-1212. http://dx.doi:10.1111/j.1467-9280.2008.02225.x

Bertini, F. (2007). Centro de Fortaleza entre afetos e sentidos. Fortaleza: FATECI.

Berto, R., Baroni, M. R., Zainaghi, A., & Bettella, S. (2010). An exploratory study of the effect of high and low fascination environments on attentional fatigue. Journal of Environmental Psychology, 30(4), 494 500. http://dx.doi:10.1016/j.jenvp.2009.12.002

Beute, F. & Kort, Y.A.W. (2013). Let the sun shine!: measuring explicit and implicit preference for environments differing in naturalness, weather type and brightness. Journal of Environmental Psychology, 36, 162-178. http://dx.doi:10.1016/j.jenvp.2013.07.016

Boff, L. (1999). Saber Cuidar: Ética Humana – compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes.

Bomfim, Z. A. C. (2010). Cidade e Afetividade: estima e construção de mapas afetivos de Barcelona e de São Paulo. Fortaleza: Editora da UFC.

Bonnes, M., Passafaro, P., & Carrus, G. (2011). The ambivalence of atitudes toward urban green areas: Between proenvironmental worldviews and daily residential experience. Environment and Behavior, 43, 207-232. http://dx.doi:10.1177/0013916509354699

Braghirolli, E. M., Bisi, G. P., Rizzon, L. A., & Nicoletto, U. (2009). Psicologia Geral (28ª ed.). Petrópolis: Vozes.

Brown, C., & Grant, M. (2005). Biodiversity and human health: What role for nature in healthy urban planning? Built Environment, 31(4), 326-338. ISSN 0263-7960.

Carrus, G., Lafortezza, R., Colangelo, G., Dentamaro, I., Scopelliti, M., & Sanesi, G. (2013). Relations between naturalness and perceveid restorativeness of different urban green spaces. Psyecology, 4, 227-244. http://dx.doi:10.1174/217119713807749869

Castelnou, A. M. N. (2006). Parques Urbanos de Curitiba: De espaços de lazer a objetos de consumo. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, Belo Horizonte, 13(14), 53-73.

Castonguay, G. & Jutras, S. (2009). Children’s appreciation of outdoor places in a poor neightborhood. Children, Youth and Environments, 20(1), 200-230.

Castro, L. R. (2009). Juventude e socialização política: atualizando o debate. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(4), 479- 487. http://dx.doi:10.1590/S0102-37722009000400003

Cervinka, R., Röderer, K., & Hefler, E. (2012). Are nature lovers happy? On various indicators of well-being and connectedness with nature. Journal of Health Psychology, 17, 379-388. http://dx.doi.org/10.1177/1359105311416873

Corraliza, J. A. (2002). Emoción y Ambiente. In J.I. Aragonés, & M. Amérigo (Coord.). Psicologia Ambiental (pp. 59-76). Madri: Ediciones Pirámide.

Corral-Verdugo, V. (2012). Sustentabilidad y Psicologia Positiva: uma visión optmista de las conductas proambientales y prosociales. Mexico: Editorial el Manual Moderno.

Corti, B. G., Broomhall, M. H., Knuiman, M., Collins, C., Douglas, K., Ng, K., Lange, A., & Donovan, R. J. (2005). How important is Distance to, attractiveness, and size of public open space? American Journal of Preventive Medicine, 28, 169-176.

Diegues, C.A. (2011). O Mito Moderno da Natureza Intocada (3ª ed.). São Paulo: HUCITEC.

Duvall, J. (2011). Enhancing the benefits of outdoor walking with cognitive engagement strategies. Journal of Environmental Psychology, 31(1), 27-35. http://dx.doi:10.1016/j.jenvp.2010.09.003

Evans, G. W. & Cohen, S. (1987). Environmental Stress. In D. Stokols & I, Altman (Ed.). Handbook of Environmental Psychology (pp. 571-610). John Wiley & Sons, New York.

Grahn, P. & Stigsdotter, U. K. (2010). The relation between perceived sensory dimensions of urban green space and stress restoration. Landscape and Urban Planning, 94, 264-275. http://dx.doi.org/10.1016/j.landurbplan.2009.10.012

Fernandes, K. M. (2014). Gestão e uso de Parques Verdes Urbanos como cenários sociais de proteção ambiental. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Amazonas, Manaus.

Fischer, G. (n.d.). Psicologia Social do Ambiente. Lisboa: Instituto Piaget.

Francis, J., Gilles-Corti, B., Wood, L., & Knuiman, M. (2012). Creating sense of community: The role of public space. Journal of Environmental Psychology, 32, 401-409. http://dx.doi:10.1016/j.jenvp.2012.07.002

Galindo, M. P., Gilmartín, A. G., & Corraliza, J. A. (2002). El médio natural. In J. I. Aragonés & M. Amérigo (Coord.). Psicologia Ambiental (pp. 281-307). Madri: Ediciones Pirámide.

Gressler, S.C., & Gunther, I. A. (2013). Ambientes Restauradores: definição, histórico, abordagem e pesquisas. Estudos de Psicologia, 18(3), 487-495. http://dx.doi:10.1590/S1413-294X2013000300009

Hansmann, R., Hug, S. M., & Seeland, K. (2007). Restoration and stress relief through physical activities in forests and parks. Urban Forestry & Urban Greening, 6, 213-225. http://dx.doi.org/10.1016/j.ufug.2007.08.004

Hartig, T. (2004). Restorative Environments. In C. Spielberger (Ed.), Encyclopedia of applied psychology (Vol. 3) (pp. 273-278). San Diego: Elsevier/Academic Press.

Hartig, T. (2011). Issues in restorative environments research: matters of measurement. In B. Fernandez-Ramírez, C.H. Villodres, C.M.S. Ferrer, & M.J.M. Méndez (Ed.), Psicología Ambiental 2011: entre los studios urbanos y el análisis de la sostenibilidad. (pp. 41-66). Universidad de Almería: Associación de Psicologia Ambiental (PSICAMB). ISBN: 978-84 693-9260-7.

Hartig, T., Kaiser, F. G., & Bowler, P. A. (2001). Psychological Restoration as a positive motivation for ecological behavior. Environment and Behavior, 33(4), 590-607. http://dx.doi:10.1177/00139160121973142

Higuchi, M. I. G. (1999). House, Street, Bairro and Mata: Ideas of Place and Space in an Urban Location in Brazil. Tese. Brunel University, Inglaterra.

Higuchi, M. I. G. (2008). Construindo caminhos de protagonismo socioambiental com adolescentes. In L. R. Castro & V. L. Besset (Org.). Pesquisa-Intervenção na infância e juventude (pp. 224-243). Rio de Janeiro: FAPERJ/Nau Editora.

Higuchi, M. I. G., Azevedo, G. C., & Forsberg, S. S. (2012) A floresta e sociedade: ideias e práticas históricas. In M.I.G. Higuchi, & N. Higuchi (Ed.), A floresta amazônica e suas múltiplas dimensões: uma proposta de educação ambiental (2ª ed. rev. ampl.) (pp. 311-329). Manaus.

Howell, A. J., Dopko, R. L., Passmore, H., & Buro, K. (2011). Nature connectedness: Associations with well-being and mindfulness. Personality and Individual Differences, 51, 166-171. http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2011.03.037

Janke, N. & Reis, M. F. C. (2008). Produção Coletiva de Conhecimento sobre Qualidade de Vida: Por uma Educação Ambiental participativa e emancipatória. Ciência e Educação, 14. http://dx.doi.org/10.1590/s1516 73132008000100010

Kaplan, R. & Kaplan, S. (1989). The experience of nature: A psychological perspective. Cambridge University Press.

Korpela, K., Borodulin, K., Neuvonen, M., Paronen, O., & Tyrvainen, L. (2014). Analyzing the mediators between nature-based outdoor recreation and emotional well-being. Journal of Environmental Psychology, 37, 1-7. http://dx.doi:10.1016/j.jenvp.2013.11.003

Korpela, K., Kytia, M., & Hartig, T. (2002). Restorative experience, self regulation, and children’s place preferences. Journal of Environmental Psychology, 22, 338-398. http://dx.doi.org/10.1006/jevp.2002.0277

Korpela, K.M., Ylen, M., Tyrvainen, L., & Silvennoinen, H. (2010). Favorite Green, Waterside and Urban Environments, Restorative Experiences and Perceived Health in Finland. Health Promotion International, 25(2), 200-209. http://dx.doi:10.1093/heapro/daq007

Lafortezza, R., Carrus, G., Sanesi, G., & Davies C. (2009). Benefits and well-being perceived by people visiting green spaces in periods of heat stress. Urban Forestry & Urban Greening, 8(2), 97-108. http://dx.doi.org/10.1016/j.ufug.2009.02.003

Loboda, C. R. & De Angelis, B. L. D. (2005). Áreas verdes públicas urbanas: conceitos, usos e funções. Revista do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, 1(1), 129-139. Recuperado em 18 jan. 2011, de http://revistas.unicentro.br/index.php/ambiencia/article/view/157/185

Mayer, S. F., Frantz, C. M., Bruehlman-Senecal, E., & Dolliver, K. (2009). Why is nature beneficial? The role of connectedness to nature. Environment and Behavior, 41, 607-643. http://dx.doi.org/10.1177/0013916508319745

Moser, G., & Robin, M. (2006). Environmental annoyances: an urban specific threat to quality of life? Revue Européene de Psychologie Appliquée, 56(1), 35-41. http://dx.doi:10.1016/j.erap.2005.02.010

Nisbet, E. K., Zelenski, J. M., & Murphy, S. A. (2011). Happiness is in our nature: Exploring nature relatedness as a contributor to subjective well being. Journal of Happiness Studies, 12, 303-322. http://dx.doi.org/10.1007/s10902-010-9197-7

Orellana, A., Anton, S., & Viader, T. (2006). La relación con el entorno como variable de segmentación de turistas en destinos litorales. In J. A. Corraliza, J. Berenguer, & R. Martín (Ed.). Medio Ambiente, Bienestar Humano y Responsabilidade Ecológica. Madrid: Universidad Autónoma de Madrid.

Perón, E. (2002). Environmental preferences and restorative capacity of places. In R. G. Mira, J. M. Cameselle, & J. R. Martinez (Ed.). Psicologia y Médio Ambiente: Aspectos Psicosociales, Educativos y Metodológicos (pp. 263-276). Coru-a: IMAGRAF.

Raymundo, L. S., Kuhnen, A. & Soares, L. (2010). O espaço aberto da educação infantil: lugar para brincar e desenvolver-se. Psicologia em Revista, 16(2), 251-270.

Ribeiro, R. D. (2008). Influência da percepção de segurança no restauro cognitivo em ambientes urbanos e naturais. Dissertação de Mestrado. Universidade de Lisboa a Faculdade de Psicologia e de Ciências.

Ryan, R. M., Weinstein, N., Bernstein, J., Brownc., K. W., Mistretta, L., & Gagne, M. (2010). Vitalizing Effect of Being Outdoors and in Nature. Journal of Environmental Psychology, 30(2), 159-168. http://dx.doi.org/10.1016/j.jenvp.2009.10.009

Santos, J., Souza, C.A.S., Silva, R.P., Pinto, A.C.M., Lima, A.J.N., & Higuchi, N. (2012). Amazônia: características e potencialidades. In M.I.G. Higuchi & N. Higuchi (Ed.). A floresta amazônica e suas múltiplas dimensões: uma proposta de educação ambiental (2ª ed. rev. amp.). Manaus: Edição dos autores.

Saraiva, M. G. & Labrador-Silva, A. (2005). Percepção e Avaliação dos valores estéticos da paisagem. Síntese metodológica. In Socza (Org.). Contextos Humanos e Psicologia Ambiental (pp. 382-385). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Silva, M. P. S. C. (2009). Aqui é melhor do que lá: Representação Social da vida urbana das populações migrantes e seus impactos socioambientais em Manaus. Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas.

Silva, L. D. J. M. D. (2003). Parques Urbanos: A Natureza na Cidade – uma análise da percepção dos atores urbanos. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília. Centro de Desenvolvimento Sustentável, Brasília/DF.

Souza, C.A.S., Silva, R.P., Barros, P., Durgante, F.M., Amaral, M.R.M., Silva, N.C., Santos, J.S., & Higuchi, N. (2012). Floresta amazônica: Conceitos fundamentais. In M.I.G. Higuchi, & N. Higuchi (Ed.) A floresta amazônica e suas múltiplas dimensões: uma proposta de educação ambiental (2ª ed. rev. amp.). Manaus: Edição dos autores.

Steuer, I. R. W., Araújo, G.V.R., Oliveira, B. M. C., Silva, T. E. P., & El-Deir, S. G. (2012). Gerenciamento de Áreas Verdes na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) para recomposição florestal. Anais do III Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental.

Sugiyama, T., Leslie, E., Giles-Corti, B., & Owen, N. (2008). Associations of neighborhood greenness with physical and mental health: do walking, social coherence and local social interaction explain the relationships? Journal of Epidemiology and Community Health, 62, 9-15. http://dx.doi.org/10.1136/jech.2007.064287

Taylor, A. F., Kuo, F. E., & Sullivan, W. C. (2002). Views of nature and self-discipline: evidence from inner city children. Journal of Environmental Psychology, 22, 49-63. http://dx.doi.org/10.1006/jevp.2001.0241

Thompson, C. W. (2013). Activity, exercise and the planning and design of outdoor spaces. Journal of Environmental Psychology, 34, 79-96. http://dx.doi:10.1016/j.jenvp.2013.01.003

Tuan. T. (2012). Topofilia: Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Londrina: Eduel.

Ulrich, R. S. (1983). Aesthetic and affective response to natural environment. In I. Altman, & J. F. Wohlwill (Ed.). Behaviour and the natural environment (pp. 85-125). New York: Plenum Press.

Ulrich, R. S. et al. (1991). Stress Recovery During Exposure to Natural and Urban Environments. Journal of Environmental Psychology, 11, 201 230. http://dx.doi.org/10.1016/S0272-4944(05)80184-7

Williams, K. J. H., & Cary, J. (2002). Landscape preferences, ecological quality, and biodiversity protection. Environment and Behavior, 34(2), 257-274. http://dx.doi:10.1177/0013916502034002006

Wilson, E. O. (1999). The diversity of life. New York: W. W. Norton.

Zhang, J.W., Piff, P.K., Iyer, R., Koleva, S., & Keltner, D. (2014). An ocasion for unselfing: Beautiful nature leads to prosociality. Journal of Environmental Psychology, 37, 61-72. http://dx.doi:10.1016/j.jenvp.2013.11.008

Downloads

Publicado

2015-08-24

Como Citar

Sousa, A. de L., Medeiros, J. de S., Albuquerque, D. da S., & Higuchi, M. I. G. (2015). Parque Verde Urbano como Espaço de Desenvolvimento Psicossocial e Sensibilização Socioambiental. Psico, 46(3), 301–310. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2015.3.17423

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)